A afirmação da cantora, atualmente a residir em Lisboa, foi feita através de um comunicado hoje divulgado, citado pela agência Associated Press.
Madonna, que deverá chegar hoje a Israel, afirmou que o seu coração “parte-se” de cada vez que ouve falar “nas vidas inocentes que se perdem nesta região” e “na violência que é tantas vezes perpetuada para servir os objetivos políticos de pessoas que beneficiam deste conflito antigo [entre israelitas e palestinianos]”.
A cantora revela que reza “por um novo caminho até à paz”.
Este ano, o Festival Eurovisão da Canção decorre em Israel e é organizado pela União Europeia de Radiodifusão (EBU, sigla em inglês) em parceria com a KAN.
Israel acolhe o concurso, depois de o ter vencido, pela quarta vez, no ano passado com o tema “Toy”, interpretado por Netta.
O movimento de boicote cultural a Israel tem instado os artistas a boicotarem o concurso, disputado por 41 países e cuja primeira semifinal se realiza hoje. A segunda semifinal está marcada para quinta-feira e a final para sábado. Portugal será representado por Conan Osiris, com o tema “Telemóveis”.
Em junho do ano passado, diversas organizações culturais palestinianas apelaram ao boicote ao concurso, sublinhando que “o regime israelita de ocupação militar, colonialismo e apartheid está descaradamente a usar a Eurovisão como parte da sua estratégia oficial ‘Brand Israel’, que tenta mostrar ‘a face mais bonita de Israel’ para branquear e desviar a atenção dos seus crimes de guerra contra os palestinianos”.
Em setembro, mais de uma centena de artistas de todo o mundo, incluindo de Portugal, manifestaram apoio a esse apelo.
Já este ano, em janeiro, mais de 60 organizações, a maioria de defesa dos direitos LGBTQIA, de vários países, Portugal incluído, apelaram aos membros daquela comunidade para que boicotem o concurso.
Em abril, o músico Roger Waters, dos Pink Floyd, aconselhou Madonna e todos os concorrentes do 64.º Festival Eurovisão da Canção a lerem a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Num artigo de opinião, intitulado “Se acreditas em Direitos Humanos, Madonna, não atues em Telavive”, publicado a 17 de abril no jornal britânico The Guardian, o músico exortava “todos os jovens concorrentes — na verdade todos os jovens, na verdade todas as pessoas jovens e velhas, e isso inclui Madonna — a lerem a Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU)”, lembrando que esta “foi traduzida em 500 línguas, para que qualquer pessoa possa conhecer os seus 30 artigos”.
Madonna edita a 14 de junho “Madame X”, o 14.º álbum de estúdio, que foi gravado ao longo dos últimos 18 meses em Portugal, Londres, Nova Iorque e Los Angeles, e foi criativamente influenciado por Lisboa, ontem tem vivido “ao longo dos últimos anos”.
A cantora inicia a 12 de setembro em Nova Iorque a digressão “Madame X”, uma “série de concertos intimistas”, que passará ainda nos Estados Unidos da América por Los Angeles, Boston, Filadélfia e Miami. A digressão passará pela Europa em 2020, no início do ano pelo Coliseu de Lisboa, em datas a anunciar.
Dino d’Santiago, Celeste Rodrigues, Fábia Rebordão, Ricardo Toscano, Gaspar Varela e as batucadeiras de Cabo Verde são alguns dos artistas com quem Madonna se cruzou nos últimos meses, a avaliar pelas fotografias e vídeos que tem divulgado nas redes sociais.
Feito com a colaboração do produtor francês Mirwais, o álbum “Madame X” apresenta 15 temas entre os quais uma versão de “Faz gostoso”, da cantora portuguesa Blaya, que Madonna interpreta em português com a artista brasileira Anitta, e “Medellín”, o primeiro ‘single’, que é um dueto com o músico colombiano Maluma. Este último tema foi apresentado ao vivo na semana passada na entrega de prémios da Billboard.
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