Num estudo divulgado na revista ‘The Lancet’, os investigadores adiantam que as análises revelaram a presença da bactéria ‘Staphylococcus aureus”, responsável pelo desenvolvimento de uma infeção grave que culminou em sépsis.
O caráter conflituoso de Caravaggio (1571-1610) terá sido o grande responsável pela sua morte, uma vez que terá sido uma luta em que se envolveu nos seus últimos dias de vida, em Chiaia, Nápoles, sul de Itália, a provocar-lhe os ferimentos que degeneraram numa infeção generalizada fatal.
Esta última luta obrigou Caravaggio a fugir de Nápoles, embarcado, e numa paragem em Palo, perto de Roma, foi preso. Depois de libertado seguiu a pé para norte, até Porto Ercole, na Toscânia, onde morreu aos 39 anos num hospital com sinais de febre maligna e sépsis, tendo sido enterrado no cemitério local.
Mais de 400 anos após a morte do pintor italiano, cujo verdadeiro nome era Michelangelo Merisi um grupo de investigadores procurou no velho cemitério italiano os restos mortais que pudessem corresponder à descrição de um homem de cerca de 1,65 metros entre os 35 e 40 anos de idade.
Dos nove resultados foi possível chegar a uma correspondência depois de um longo processo de análises, que passaram por testes de carbono para datar a idade do esqueleto, de ADN, para estabelecer a ligação à família Merisi, e testes à sua estrutura óssea, que revelaram a presença de níveis elevados de chumbo, um componente das tintas usadas pelo pintor.
Para chegar à causa da morte analisaram restos da polpa dentária de Caravaggio e procederam a outras análises específicas de ADN, que permitiram concluir que sépsis resultante de uma infeção provocada pelos ferimentos da luta em que se envolveu foi a causa da morte, excluindo outras hipóteses como malária ou brucelose.
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