O título do espetáculo é o mesmo do duplo CD que é publicado hoje, e que é uma proposta de síntese de carreira, no qual constam temas como “Fado Advinha”, “Liberdades Poéticas”, “Paixões Diagonais”, “Que Será”, com Adriana Calcanhoto, “Não me Chamem pelo Nome”, “María la portuguesa”, com Martirio, “You soy María”, “Unicórnio”, “Fogo preso”, "Ciúmes de um Coração Operário”, “Valsa das Sombras”, “Canção de Alcipe” e “Vivendo sem Mim”, entre outros.
Hoje, no palco do Trindade Inatel, Mísia é acompanhada por José Manuel Neto, na guitarra portuguesa, Ricardo Dias, no piano e acordeão, Luís Cunha, no violino, Daniel Pinto, no baixo, André Ramos, viola, e, como convidados especiais, a cantora Amélia Muge e o maestro e pianista Fabrizio Romano, com quem trabalhou, entre outros, nos álbuns “Delikatessen - Café Concerto” e “Para Amália”.
Mísia, assinala a sua discográfica, “criou uma sonoridade própria ao trazer para o Fado instrumentos como o violino, o acordeão e o piano, e tem a particularidade de cantar textos de poetas contemporâneos que escreveram especialmente para a sua voz, como José Saramago, Agustina Bessa-Luís, Lídia Jorge, Vasco Graça Moura, Mário Cláudio, Hélia Correia, entre outros”.
Rosa Lobato de Faria e Tiago Torres da Silva são outros poetas gravados por si, além de poemas da sua autoria.
Mísia iniciou-se na carreira artística na Catalunha, mas só a partir da década de 1990 se dedicou ao fado, editando o primeiro álbum, em nome próprio, em 1991, ao que se sucedeu, em 1993, "Fado" e, mais tarde, em 1998, "Garra dos sentidos", distinguido com o Prémio Charles Cross, em França.
Desde então a intérprete tem pisado os mais diferentes palcos do mundo e gravado fado e outras músicas, como canção napolitana e tangos.
"Paixões Diagonais", em que Mísia é acompanhada por Maria João Pires, foi editado em 1999, após a distinção da academia francesa, e, em 2003, com música de Carlos Paredes e textos de diferentes poetas, gravou o álbum "Canto", que lhe valeu o Prémio da Crítica Alemã.
"Drama Box" e "Ruas" são outros álbuns da intérprete que, entre outros artistas e agrupamentos, gravou com o ensemble L'Arpeggiata, da harpista e musicóloga austríaca Christina Pluhar.
O mais recente álbum de Mísia, “Para Amália”, editado em maio do ano passado, foi distinguido em França com o “Coup de Coeur”, da Académie Charles Cros.
Mísia, ao longo da sua carreira, tem arrecadado diferentes distinções, entre as quais a Ordem das Artes e Letras de França, em 2011, a Ordem de Mérito Civil em Portugal, o Prémio Gilda no 33.° Festival Cinema e Donne, em Itália, pela sua participação no filme “Passione”, realizado por John Turturro.
Em 2012, recebeu o Prémio Amália Rodrigues na categoria Divulgação Internacional.
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