Este é um dos destaques da editora Tinta-da-China para setembro, mês em que publica também mais um livro de viagens da coleção coordenada por Carlos Vaz Marques, sobre a viagem que o cineasta alemão Werner Herzog fez pela Amazónia para o filme “Fitzcarraldo”.
Segundo a editora, “A Revolução Russa” é “o livro de referência sobre a revolução que há 100 anos quis mudar o mundo”, e que é traduzido para a versão portuguesa por Susana Sousa e Silva.
Neste livro, a revolução é narrada por inteiro, desde fevereiro de 1917 até à Grande Purga dos anos 1930, passando pela Guerra Civil e por toda a evolução do partido bolchevique.
O acontecimento histórico é relatado “com o entusiasmo narrativo que merece: a história de uma revolução que quis mudar o mundo, que deu origem a grandes vitórias e a grandes sofrimentos, e que, tal como já acontecera antes com a Revolução Francesa, acabou por devorar os seus próprios filhos”.
Trata-se da quarta versão de um livro escrito originalmente em 1979 e que ao longo dos anos tem tido alterações, integrando novos elementos acessíveis a partir de 1991, bem como estudos académicos internacionais recentes, escreve a autora na introdução da obra.
Ainda de acordo com a historiadora Sheila Fitzpatrick, à semelhança das anteriores, esta quarta edição trata, essencialmente, da história da revolução russa tal como foi vivida na Rússia e não como se desenrolou nos territórios não-russos que integravam o antigo império e a União Soviética.
“A Revolução Russa” é “uma referência incontornável para todos os leitores que procurem uma abordagem direta, acessível e abrangente de um tema que, cem anos volvidos, não deixou de ser complexo”, afirma a Tinta-da-China.
Ainda no início de setembro, chega também às livrarias o diário da “mítica rodagem do filme Fitzcarraldo” (de 1982), com tradução e prefácio de Manuela Ribeiro Sanches.
Entre 1979 e 1981, Werner Herzog passou longas temporadas na Amazónia, devido ao projeto cinematográfico de Fitzcarraldo: contar a vida do barão da borracha Carlos Fermín Fitzcarrald, que ousara transportar um navio através de um istmo na Amazónia.
A viagem descrita neste livro assume diferentes formas, “desde a deslocação física por geografias distantes — Estados Unidos, Peru, Brasil, Alemanha — recorrendo a transportes diversos, do navio de Fitzcarraldo a aviões apinhados, por entre aterragens loucas, paisagens sublimes e vistas do topo do mundo, da mota por estradas esburacadas à jangada por rápidos furiosos, até à imagem de um avião a despenhar-se contra os arranha-céus nova-iorquinos”.
“Entre o onírico, o inútil e o impossível, vemos Herzog e a humanidade sucumbirem à natureza agressiva da selva”, escreve a editora.
O próprio autor, numa nota prévia, explica que estes textos não constituem relatos dos trabalhos de rodagem, nem diários no sentido mais lato da palavra, são “antes paisagens interiores nascidas do delírio da selva”.
“Mas nem mesmo disto tenho a certeza”, acrescenta.
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