Inicialmente, “Melodramático” tinha edição prevista para final de março. Com a pandemia da covid-19, a primeira ideia da banda foi adiar para o final do ano, mas acabaram por decidir-se a fazê-lo ainda em abril.

“Estamos numa fase em que as pessoas estão privadas de tanta coisa, uma fase de tantas incertezas, em que há mudanças a pairar no ar, e achámos que pôr música nova cá fora poderia ser um alento para as pessoas que nos seguem, e seria bom para nós, também, passarmos esta fase mais focados em trabalho”, contou o vocalista dos HMB, Héber Marques, em declarações à agência Lusa.

O quarto álbum da banda “acaba por ser um rasgar e um tentar novos caminhos, experimentar coisas novas”.

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“Tentámos sair um bocado de pé, mexer com sons que não são nossos habituais”, referiu Héber Marques, contando que houve canções que acabaram por surgir enquanto a banda “experimentava 'livrarias' de sons novos”.

Mas desengane-se quem possa pensar que, em “Melodramático”, o som dos HMB mudou. “Está dentro do ADN, não dá para continuar a genética”, disse o vocalista.

Héber Marques partilhou que 2019 foi “um ano com peripécias pessoais”, para os elementos da banda, que “acabaram por fomentar o disco”.

“Sabíamos que precisávamos de exagerar um bocado na composição das músicas, na produção, numa de fazer um tira gosto e tentar passar por este melodrama de uma forma mais leve”, referiu.

As crises de cada um acabaram por refletir-se nas letras, com “temáticas que têm muito que ver como um lavar de alma, de pôr cá para fora o que precisava de ser posto cá para fora, para depois haver dias melhores”.

O álbum começa com “SOS” e termina com “Festa lá no céu”, títulos que refletem o que se passa ao longo dos onze temas que o compõem.

“O disco até acaba por começar com letras muito mais para dentro, mais fechadas, mais tristes, e acaba por ser uma viagem quase da escuridão para a luz. Uma pessoa está fechada, não consegue ver perspetivas de melhoria e, no final, já consegue ver as coisas de outra perspetiva”, considerou Héber Marques.

Nessa ‘viagem’, a banda conta com três convidados, o ‘rapper’ Papillon, o cantor Dino D’Santiago e a atriz Inês Castel-Branco, que recita “um trecho de Fernando Pessoa”.

Para já, as apresentações de “Melodramático” ao vivo ficam em suspenso.

Com o isolamento social, os ensaios também não têm acontecido, já que “é complicado tocar em simultâneo à distância”, mas os cinco elementos da banda continuam a juntar-se, virtualmente, e desses encontros têm resultado “novos arranjos de músicas”, que vão sendo partilhados nas redes sociais e poderão passar a ser integrados nos concertos.

Além de Héber Marques, os HMB incluem Fred Martinho (guitarra), Daniel Lima (teclas), Joel Silva (bateria) e Joel Xavier (baixo).

Formados em 2007, os HMB editaram o álbum de estreia, homónimo, em 2012. Depois, publicaram “Sente” (2014) e “+” (2017), que inclui o tema “O Amor é Assim”, com a fadista Carminho.