Em comunicado enviado à agência Lusa, a produção do espetáculo assinala que o projeto artístico “reúne várias artes — literatura, teatro, música, canto, dança — em torno da ideia do reencontro de Fernando Pessoa e Ofélia Queirós [por quem o poeta se enamorou], no Cais das Colunas [em Lisboa], num plano intemporal e visionário muito ligado ao imaginário de Lisboa, do Tejo e do Atlântico”.
O Livro da Revelação, da Bíblia, também denominado “Apocalipse segundo São João”, serviu de inspiração a este projeto artístico escrito por Paulo Borges, professor do departamento de Filosofia da Universidade de Lisboa, e autor de vários livros sobre o poeta Fernando Pessoa (1888-1935).
Ao palco do Teatro do Bairro, no edifício das antigas oficinas do Diário Popular, no Bairro Alto, em Lisboa, sobem Sara Coelho, Sandra Battaglia, Pedro Bettencourt, Rui Alexandre e Rui Peixoto, da Amalgama-Companhia de Dança, os atores Sonia Balacó, Álvaro Faria, Paulo Borges, João Damasceno e Miguel Babo, do grupo Talentilicious.
O projeto em cena conta ainda com trabalho de imagem e multimédia de Luís Fernandes, direção musical e composição original de Rui Filipe Reis, que dirige o trio Caixa de Pandora e o quarteto Vocalónimus, um ensemble formado pelos músicos Rui Filipe Reis, Cindy Gonçalves, Sandra Martins, Carlos Ançã, Raquel Oliveira, Isabel Ançã e Miguel Carvalho.
Nesta trama dramática imaginada por Paulo Borges, Ofélia revela a Pessoa “a verdade fundamental sobre o sentido do seu encontro e do amor e obtém o reconhecimento do Pessoa ortónimo e dos seus vários heterónimos”, segundo a mesma fonte.
“A obra dá voz a passagens e momentos capitais da vida e obra de Pessoa e recria o episódio da Ilha dos Amores [de ‘Os Lusíadas’], de Luís de Camões, em torno de Pessoa e Ofélia”, assim como “aspetos fundamentais da mitologia cultural portuguesa, centrais em Fernando Pessoa, como a vocação universalista da mesma cultura para unir Oriente e Ocidente e contribuir para uma metamorfose da consciência e uma nova civilização mais fraterna em relação aos seres vivos e à Terra”.
A peça “O Apocalipse sobre Fernando Pessoa e Ofélia Queirós” “nasce especificamente a pensar na cidade de Lisboa e em Fernando Pessoa, a cidade como laboratório e acolhimento da matriz do pensamento universal dirigido a todos”, remata a mesma fonte.
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