"O projeto está a ser ultimado. A intenção é iniciar as obras em 2018 para que o espaço seja integrado na candidatura de Viana do Castelo a Capital Europeia da Cultura, a formalizar em 2020", afirmou José Maria Costa, adiantando que a empreitada terá um prazo de execução de um ano.
O autarca socialista, que falava em conferência de imprensa para apresentação do projeto de ampliação do Museu de Artes Decorativas (MAD), revelou que a comissão técnica que elaboração da candidatura, que integra o embaixador Seixas da Costa e a coreógrafa Olga Roriz, "está já a desenvolver um trabalho de rede para reunir parcerias internacionais".
O Parlamento Europeu aprovou a 13 de junho a lista dos Estados-membros que vão acolher as capitais europeias da cultura entre 2020 e 2033, que prevê que uma cidade portuguesa seja capital em 2027, juntamente com uma localidade da Letónia.
Os concursos para a atribuição do título de Capital Europeia da Cultura começam seis anos antes, pelo que, no caso de Portugal, tal só acontecerá dentro de quatro anos, em 2021.
Lançada em 1985, Portugal já teve uma Capital Europeia da Cultura em três ocasiões, designadamente Lisboa (1994), Porto (2001) e Guimarães (2012).
Além de Viana do Castelo, Guarda, Faro, Coimbra, Viseu já anunciaram intenção de apresentar candidatura ao evento.
Sobre a ampliação do MAD, a candidatar aos fundos do Norte 2020, José Maria Costa explicou que o projeto implicou a aquisição, pela autarquia, de "um terreno e de uma casa" que permitirão aumentar a área expositiva em cerca 80%.
"Vamos passar a ter mais 2.700 metros quadrados de área museológica e uma área expositiva com mais 1.361 metros quadrados", revelou, acrescentando que o projeto prevê "a criação de um novo auditório com 103 lugares".
O projeto prevê ainda "uma sala com cerca 600 metros quadrados para grandes exposição de arte contemporânea", dando resposta à parceira que o município tem com Fundação de Serralves e que "quer alargar a outras instituições culturais da região Norte e do país".
Presente no encontro com os jornalistas, a vereadora da Cultura, Maria José Guerreiro, disse que a intervenção vem dar resposta "à falta de condições do MAD para expor todo o seu riquíssimo espólio" e adiantou que a ampliação visa "apostar na dimensão da arqueologia subaquática".
"Temos um espólio muito raro, as pirogas encontradas no rio Lima que estão em Lisboa, ao cuidado do Museu Nacional de Arqueologia e da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC). O nosso objetivo é trazer as pirogas para Viana do Castelo”, afirmou.
Em Viana do Castelo foram encontradas seis pirogas entre as freguesias de Moreira de Geraz do Lima e Mazarefes, sendo que as cinco identificadas foram, na altura, enviadas para a divisão de Arqueologia Náutica e Subaquática para restauro, estudo e conservação.
O museu mais antigo de Viana do Castelo, no espaço atual desde 1923, já tinha sido alvo, em 2015, de obras de recuperação orçamentadas em cerca de 320 mil euros, financiadas em 85% pelo Programa Operacional Regional do Norte (ON2).
O museu foi formalmente criado em 1888, mas só em 1923 é que passou a funcionar no espaço atual, no largo de São Domingos, com a aquisição do Palacete dos Barbosa Maciel pela autarquia de então.
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