“Estamos muito satisfeitos com a recuperação. A torre ficou muito bonita, sem o risco de ter problemas. Foi um investimento feito grandemente pelo município e espero que seja muito visitado como monumento nacional que é”, disse, em declarações à agência Lusa, o presidente da autarquia.
Segundo António Dias Rocha, no local foi feito um investimento superior a 700 mil euros, com uma comparticipação de 85% de fundos comunitários, que passou pela preservação da ruína, que apresentava o risco de deslizamento de rochas, e a criação, ao lado, de um centro interpretativo.
Na nova estrutura, adiantou Dias Rocha, vai ser possível ver conteúdos multimédia, assim como objetos encontrados nas escavações realizadas, e serão divulgadas as diferentes teorias sobre a génese do monumento localizado em Colmeal da Torre.
“Há várias teorias sobre Centum Cellas e essas teorias vão estar patentes. Não vamos dar a nossa opinião. Quem visita que tire as suas ilações e que fique com a sua ideia. Se aquilo era uma prisão, se era uma casa de um rico romano. As várias teorias vão estar expostas”, salientou o autarca.
O presidente da Câmara de Belmonte, no distrito de Castelo Branco, frisou que se trata de “um monumento único, só há uma torre semelhante na Turquia, não se sabe se existe relação de uma com a outra”, e acrescentou que a intervenção feita vai permitir que se fique a conhecer a importância da Torre de Centum Cellas e o espaço envolvente.
Dias Rocha pormenorizou que, assim como a torre precisava de intervenção, a zona à volta “estava um pouco maltratada” e pode ser visitada “com todas as condições que não tinha até agora”.
Os vários processos de escavações também vão estar documentados no centro interpretativo de Centum Cellas.
As ruínas têm suscitado as mais diversas teorias e originado variadas lendas. Uma das versões aponta que o monumento teria sido uma prisão com cem celas, daí derivando o nome Centum Cellas, onde teria estado cativo São Cornélio, razão pela qual também é conhecida pelo nome de Torre de São Cornélio.
Há várias teses sobre o uso do monumento, desde templo, prisão ou albergaria, mas a sua história continua em estudo.
Em 2020, o Ministério da Cultura delegou na Câmara Municipal de Belmonte a gestão do espaço, no âmbito do processo de descentralização de competências.
Também no Dia do Concelho, o município homenageia, com distinções honoríficas, a professora e investigadora em judaísmo Antonieta Garcia, Manuel Cameira, José Vieira, Maria Manuela Carvalho, Mário Duarte, a vila de Caria, pelo seu centenário, a Associação de Juventude de Maçainhas, a União Desportiva de Belmonte e o Agrupamento 33 do Corpo Nacional de Escutas.
No âmbito das Festas do Concelho, que integram as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, atuam na vila vários artistas, como os Kiss Kiss Bang Bang no dia 24, Trivenção e Kinessis (25), Tiago Silva (26) e Nininho Vaz Maia (27).
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