O palco Comédia do festival, que decorre no Passeio Marítimo de Algés, volta este ano “a ser transformado em instalação de arte” e a escolha, desta vez, depois de Bordalo II, em 2018, recaiu em Odeith, anunciou hoje o promotor do festival, Álvaro Covões, numa visita ao recinto.
Natural da Amadora, Odeith começou a pintar na rua e em linhas de comboios, trabalhou mais de uma década em tatuagens e deixou murais nos bairros da Cova da Moura, 6 de Maio e Santa Filomena, enquanto desenvolvia a técnica 3D (três dimensões). Foi com essa técnica que o trabalho de Odeith se internacionalizou, tendo o artista murais espalhados em vários locais do mundo, nomeadamente nos Estados Unidos.
O artista contou à Lusa que, no festival NOS Alive, teve carta branca e, depois de algumas pesquisas, decidiu trabalhar o tema da civilização egípcia, recorrendo à técnica 3 D, uma das características mais marcantes do seu trabalho.
No cenário de palco estão três figuras, um “trabalho anamórfico que tem que ser visto de determinado ângulo”. O melhor local para se ver os três em simultâneo é, segundo o artista, “mais ou menos a meio do recinto” onde está o palco.
Na base de palco irá ainda surgir, adiantou Odeith, um escaravelho pintado em dez ‘frames’. “Nos ecrãs de vídeo vai parecer que o escaravelho está a rodar”, explicou.
Ao lado do palco foi montada uma parede, com cerca de 30 metros, que será pintada ao vivo na quinta-feira, por Odeith e quatro artistas do graffiti, todos portugueses, escolhidos por ele: Rote, Fyre, Vile e Stephan.
O curador do palco, o humorista Jel, recordou que a civilização egípcia “é a primeira em que a comédia aparece escrita”, e, por isso, está montado no festival o “templo da comédia”, cujo cartaz é “representativo da variedade e diversidade que a comédia tem em Portugal”.
Ao longo de três dias passarão por aquele palco 18 artistas “novos e maduros”, sendo apenas um (Andrew Lawrence) estrangeiro. Entre os mais experientes estão Fernando Rocha, Nilton e Ena Pá 2000 e, entre os ‘novos talentos’, Carlos Coutinho Vilhena e Roda Bota Fora, entre outros.
A três dias do arranque da 13.ª edição, Álvaro Covões destacou, e é visível, que o recinto “está praticamente concluído”. A área em frente ao palco principal já está toda relvada (com relvado artificial) e os vários palcos estão prontos ou praticamente prontos para receberem as dezenas de artistas e bandas que completam o cartaz.
À parte da música, o promotor destacou o programa das bolsas de investigação, lembrando que há hoje “30 cientistas que começaram a carreira como bolseiros do NOS Alive”, as condições para acolher grávidas e pessoas com mobilidade reduzida e a atenção dada à sustentabilidade ambiental, recordado que o lixo gerado no festival tem sido “usado para a construção de mobiliário urbano”.
A representante da marca que dá nome ao festival, Rita Torres Baptista, revelou que o NOS Alive será “o primeiro festival com experiência 5G”.
“No palco Clubbing haverá uma câmara a 360º que vai transmitir concertos, que podem ser vistos com óculos 3D na zona de convidados e na bancada”.
No recinto do festival há sete palcos, um dos quais no pórtico de entrada. Ao longo de três dias irão atuar dezenas de artistas, portugueses e estrangeiros.
O cartaz inclui artistas e bandas como The Cure, Mogwai, Vampire Weekend, The Smashing Pumpkins, Bon Iver, Loyle Carner, Jorja Smith, Cut Copy, Thom Yorke, Emicida, Bob Moses, Trikk, Linda Martini, Ornatos Violeta, The Gift, Camané, Ricardo Toscano, Stereossauro e Cristina Branco.
Nos três dias, a programação do palco Fado Café irá encerrar com a atuação da banda Variações, criada no âmbito do filme de tributo a António Variações, e que junta o ator Sérgio Praia aos músicos Duarte Cabaça, David Santos, Vasco Duarte e Armando Teixeira, este último responsável pela banda sonora do filme, que chega aos cinemas a 22 de agosto.
Ao contrário de anos anteriores, que tiveram lotação esgotada, ainda há bilhetes à venda para o festival NOS Alive, tanto passes de três dias como bilhetes diários.
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