Pelo historial da temporada dos prémios que está prestes a terminar, "Oppenheimer" é o grande favorito a vencer na categoria de Melhor Filme na próxima edição dos Óscares. Certezas na vida não há muitas, mas seria realmente uma grande surpresa se assim não for.
É um pouco como conta a rádio pública americana NPR: o tempo do fenómeno “Barbenheimer” e dos milhões arrebatados em bilheteira pelo sucesso de Greta Gerwig já lá vai, agora chegou o momento de celebrar com pompa e circunstância a noite de "Oppenheimer".
Até porque depois da conquista do principal galardão nos Globos de Ouro, nos Critics Choice Awards, nos BAFTA e nos prémios de quase todos os Sindicatos de Hollywood, não se pode esperar outro desfecho que não aquele que vai consagrar a história do pai da Bomba Atómica.
Ou seja, "Oppenheimer" deve arrebatar os dois grandes prémios da noite - Melhor Filme e Melhor Realizador (Christopher Nolan) - e somar ainda os Óscares de Melhor Montagem, Melhor Banda Sonora Original, Melhor Fotografia e, muito provavelmente, o de Melhor Ator Secundário (Robert Downey Jr.).
Se quer isto dizer que não há grandes motivos de interesse para ver a cerimónia? Claro que há! A começar logo pelas categorias dos atores (exceto na de Melhor Atriz Secundária, uma vez que Da'Vine Joy Randolph ganhou tudo o que havia para ganhar até agora pelo seu papel em “Os Excluídos”).
Na categoria de Melhor Ator Principal, Cillian Murphy tem estado a trocar honras com Paul Giamatti (“Os Excluídos”) durante toda a temporada de prémios e será engraçado perceber para que lado da balança pende a Academia. Se para o do interprete do filme do ano, se para um ator que há 20 anos foi “vítima de roubo” por nem uma nomeação ter recebido pelo seu papel em “Sideways”.
No feminino, a corrida para a categoria de Melhor Atriz Principal também não está fechada. Lily Gladstone (“Assassinos da Lua das Flores”) ganhou o prémio do Sindicato dos Atores, mas Emma Stone, pelo seu incrível desempenho em “Pobres Criaturas”, onde se fartou de comer pastéis de nata, vai estar na sombra. Como repara o The New York Times, vai ser uma decisão por “photo finish”.
Depois, há a luta de titãs na Animação: “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” e “O Rapaz e a Garça”, de Hayao Miyazaki, um dos melhores cineastas japoneses. O primeiro ganhou no Sindicato dos Produtores, o segundo nos BAFTA e Globos de Ouro. É um daqueles casos em que a moeda pode cair para qualquer um dos lados. O bom destes dois nomeados é que independentemente do que dite o resultado final, há o descanso emocional de saber que a estatueta ficará bem entregue.
A honra de Mestre de Cerimónias vai caber a Jimmy Kimmel, que iniciará as festividades da noite no Dolby Theater uma hora mais cedo do que o habitual, visto que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas está com a esperança que a 96.ª edição dos Óscares se aproxime dos níveis pré-pandémicos em termos de audiência — e com dois dos filmes mais populares de 2023 na corrida para Melhor Filme, é bem possível que estejamos perante um dos melhores Óscares dos últimos anos.
- Nos Créditos Finais, fazemos uma pequena homenagem ao realizador António-Pedro Vasconcelos, que faleceu a meio da semana e completaria 85 anos no domingo.
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