"Até final deste ano, sairão alguns dos seus principais livros", designadamente, "The Wild Iris", numa tradução de Ana Luísa Amaral, "Averno", numa tradução de Inês Dias, "Faithful and Virtuous Night", com tradução de Margarida Vale de Gato, e "A Village Life", numa tradução por Frederico Pedreira, anunciou a Relógio D'Água, que promete editar "a sua restante obra poética" ao longo de 2021.
Todas as edições vão ser bilingues, segundo a editora.
Inédita até aqui em Portugal, a escritora nasceu em 1943 em Nova Iorque e fez a estreia literária em 1968, pouco depois dos 20 anos, com "Firstborn", o primeiro de doze livros de poesia, aos quais se juntam alguns ensaios.
De Louise Glück existe um poema traduzido para português, "O Poder de Circe", incluído na coletânea "Rosa do Mundo - 2001 Poemas para o futuro", editado pela Assírio & Alvim (2001).
A Nobel da Literatura deste ano foi considerada pela Academia Sueca "uma das mais relevantes poetas da literatura norte-americana contemporânea", que recorre a mitos e figuras clássicas para escrever sobre a infância, a família e a morte.
O júri sueco realçou a capacidade de Louise Glück de "universalizar a existência individual".
A sua obra apela ao tema da vida familiar e da infância, pela sua inteligência sóbria e pelo apurado sentido de composição, que a tornaram uma referência da lírica americana, segundo o júri.
Numa entrevista em 2009, Louise Gluck afirmava que um poema "é uma comunicação entre uma boca e uma orelha, não literalmente, mas de uma mente que envia uma mensagem e uma mente que a recebe". "Para mim, a experiência oral de um poema é transmitida visualmente. Eu oiço com os meus olhos e não gosto de ler e ser lida em voz alta (exceto em raras ocasiões)", afirmou.
Atualmente a viver em Cambridge, Massachusetts (EUA), Louise Gluck é professora de língua inglesa na Universidade de Yale e soma vários prémios literários, entre os quais o Pulitzer, conquistado em 1993 com a obra "The Wild Iris".
Este ano a atribuição do Prémio Nobel ficou marcada pelo cancelamento da tradicional cerimónia presencial de entrega dos galardões, agendada para 10 de dezembro em Estocolmo (capital sueca), pela primeira vez desde 1944 (durante a Segunda Guerra Mundial).
Por causa da pandemia causada pelo novo coronavírus, a solução encontrada foi a realização de uma cerimónia quase inteiramente ‘online’, à exceção de uma reduzida plateia que estará no edifício da câmara de Estocolmo.
Atribuído pela primeira vez em 1901, o Nobel da Literatura só distinguiu uma única vez um autor em língua portuguesa, quando o escritor português José Saramago recebeu o prémio em 1998.
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