"Tentamos escolher um país que tenha alguma identidade específica, que possa trazer novidades para os nossos profissionais e países cuja música seja pouco conhecida. Há em Portugal, neste momento, uma criatividade muito grande na música. E o facto de haver cada vez mais uma mistura de populações, cria um som especial, com os músicos que estão a vir do Brasil, de Angola, de Cabo Verde e que se juntam com os músicos portugueses", disse, em declarações à agência Lusa, Fernando Ladeiro Marques, português radicado em França desde a infância e que é diretor do Festival MaMa.
A edição deste ano decorre entre 16 e 18 de outubro e, tal como já é habitual, acontece sobretudo no 18.º bairro da capital francesa. Durante o dia, este festival de música contemporânea propõe conferências e oficinas a mais de 6.000 profissionais de 54 países e à noite espetáculos em 10 salas, entre elas a emblemática La Cigalle, acessíveis também ao grande público.
Os artistas portugueses que vão marcar presença nesta edição são Pongo, Venga Venga, Best Youth, Paus e Pedro Mafama e foram escolhidos diretamente pelo festival. "Escolhemos [os artistas] em colaboração com o MIL - Lisbon International Music Network. Vamos ter cá bandas com qualidade, com potencial de exportação e diversidade em termos musicais", afirmou Fernando Ladeiro Marques, que integra também a direção do MIL.
A presença de Portugal vai ainda assinalar-se com uma conferência logo no dia 16 de outubro pela manhã onde Álvaro Covões, diretor da Everything is New, António Miguel Guimarães, diretor da AMG Music, Hélio Morais, representante da agência HAUS, João Gil, coordenador do projeto Portugal Muito Maior, e Ricardo Bramão, diretor da Associação Portuguesa de Festivais de Música, vão debater o mercado da música ao vivo em Portugal.
João Gil, coordenador do projeto Portugal Muito Maior - que financia a presença de Portugal neste festival - esteve em Paris na edição passada MaMa gostou "do que viu" e pretende transmitir a importância da união no setor.
"Quero transmitir às pessoas a importância de se juntarem, através da música. Gostava de Portugal não fosse esquecido, porque tem uma língua e uma arte fortes", indicou João Gil, sem desvendar qual o valor do investimento do Portugal Muito Maior neste evento.
Já que a criatividade na música nacional não é problema, Fernando Ladeiro Marques considera que o que falta ao país é visibilidade e apoios.
"O que falta a Portugal é visibilidade e este tipo de evento serve para mostrar que o país existe e tem muita coisa para oferecer. O que falta também é apoios, porque é preciso uma política cultural de apoio à exportação, mas também de ajuda à exportação e mais profissionalismo", indicou.
O festival encerrará ainda com um ‘cocktail’ nacional, reservado apenas a profissionais.
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