As investigações de Maria Ressa, de 57 anos, diretora do meio em linha Rappler, valeram-lhe nos últimos anos numerosos processos judiciais, várias detenções, ameaças e assédio em linha, salientou a agência da Organização das Nações Unidas para a cultura, a ciência e a cultura (UNESCO, na sigla em Inglês).
Esta ex-jornalista de investigação no sudeste asiático para a estação televisiva norte-americana CNN, envolvida na defesa da liberdade de imprensa, “já foi detida por alegados delitos ligados ao exercício da sua profissão”, e “chegou a receber, em média, mais de 90 mensagens de ódio na Facebook”, detalhou a UNESCO.
“O combate infalível de Maria Ressa pela liberdade de expressão é um exemplo para numerosos jornalistas no mundo”, declarou o presidente do júri internacional do Prémio, Marilu Mastrogiovanni.
“O seu caso é emblemático das tendências mundiais que representam uma ameaça real à liberdade de imprensa e, portanto, à democracia”, acrescentou esta jornalista de investigação italiana, citada no comunicado da UNESCO.
Com dupla cidadania, das Filipinas e dos EUA, Ressa foi uma das Pessoas do Ano escolhidas pela Time, em 2018, numa capa dedicada aos jornalistas.
Entre os assuntos que lhe valeram problemas estão a cobertura do combate às drogas pelo presidente filipino ou a ligação de um empresário ao tráfico de droga e a outras atividades ilegais.
A coligação internacional de meios de informação One Free Press Coalition tem-na colocado na sua lista mensal de jornalistas perseguidos ou para quem exige justiça.
A cerimónia de entrega do Prémio, dotado de 250 mil dólares, com o nome de um jornalista colombiano assassinado em 1986, vai ser divulgada em linha em 02 de maio, a partir da capital da Namíbia, Windhoek.
De 29 de abril a 3 de maio, a UNESCO organiza em Windhoek uma “Conferência da Jornada Mundial da Liberdade de Imprensa”, celebrada em 03 de maio, que deve ser “a ocasião para os jornalistas profissionais e outros atores do setor dos meios reclamarem medidas urgentes, para enfrentarem as ameaças que pesam sobre os meios de informação independentes e locais do mundo, agravadas pela pandemia” do novo coronavírus.
Durante os cinco dias desta conferência devem realizar-se cerca de 40 sessões, incluindo tês debates temáticos sobre os problemas que afetam a viabilidade dos meios, a transparência nas plataformas eletrónicas e a forma de reforçar a educação para os meios e a informação.
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