O júri atribuiu por unanimidade o prémio de narrativa ao romance “Um muro no meio do caminho”, de Julieta Monginho, o de poesia a “Um quarto em Atenas”, de Tatiana Faia, e o de ensaio (‘ex-aequo’), a “Estudos sobre Heidegger”, de Mafalda Faria Blanc, e a “O Drama de Magalhães e a Volta ao Mundo Sem Querer”, de Luis Filipe Thomaz.
No entanto, este ano não atribuiu o Prémio Primeira Obra.
O anúncio foi feito na quinta-feira ao final da tarde pela presidente do PEN Clube Português, Teresa Martins Marques, durante a Homenagem a Jorge de Sena e a Sophia de Mello Breyner Andresen, promovida por aquela organização, na Biblioteca da Imprensa Nacional Casa da Moeda.
Na categoria da narrativa, o júri composto por Rui Miguel Mesquita, Isabel Ponce de Leão e Teresa Sousa de Almeida distinguiu um romance que já havia sido galardoado com o Prémio Fernando Namora em outubro e que foi finalista do Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE) e do Grande Prémio de Literatura DST.
“Um muro no meio do caminho”, editado pela Porto Editora, é um romance sobre a realidade dos refugiados que atravessam perigosamente o Mediterrâneo, com risco para a própria vida e das suas famílias, pela ânsia de encontrar uma vida melhor na Europa.
O livro nasceu depois de a autora ter estado como voluntária no campo de refugiados de Chios, na Grécia, e conta as histórias que se cruzam num campo de refugiados, onde cada um dos protagonistas procura manter a esperança depois de ter deixado tanto para trás.
Embora ficcionados, são relatos que procuram transmitir a realidade que ainda hoje persiste, e alertar para as injustiças e dificuldades por que tantas pessoas passam, enquanto aguardam por um desfecho demasiado incerto.
“Um quarto em Atenas”, de Tatiana Faia, editado pela Tinta-da-China, foi o livro de poesia que reuniu a preferência do júri, composto por Paulo José Miranda, Luís Filipe de Castro Mendes e Marta Bernardes.
Trata-se de uma obra composta por uma sequência de poemas quase narrativos ou quase cifrados, intensos, irónicos, descontentes, escritos em cidades estrangeiras, que observam Portugal desdenhosamente, descreve a editora.
No ensaio, os elementos do júri – Ernesto Rodrigues, Fernanda Mota Alves e Mário Avelar – distinguiram duas obras: uma delas, “Estudos sobre Heidegger”, editada pela Guerra & Paz, procura tratar os principais temas do pensamento do autor, sem descurar a sua evolução ao longo dos tempos; a outra, “O Drama de Magalhães e a Volta ao Mundo Sem Querer”, editada pela Gradiva.
A cerimónia de entrega dos prémios terá lugar no dia 11 de dezembro, pelas 18:00, na Sociedade Portuguesa de Autores, com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, segundo a informação disponível na página de Facebook do PEN Clube Português.
Os Prémios PEN são uma iniciativa que conta com o apoio da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB).
Portugal faz parte do PEN Club International desde 1979, sendo o Clube de Poetas, Ensaístas e Novelistas (PEN) a maior e mais antiga organização de escritores, a nível mundial – numa iniciativa datada de 1921 -, levada a cabo por autores ingleses.
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