“O teatro não teve nenhuma ação de manutenção durante estes anos todos e já estava obviamente a necessitar de requalificar-se em vários setores, porque estava muito decadente”, disse à agência Lusa o presidente da direção da Apoiarte – Casa do Artista, o ator José Raposo.
José Raposo acrescentou que as obras foram gerais, começaram há mais tempo pelos camarins e, nos últimos três meses, alargaram-se a “toda a plateia e ao palco de uma maneira geral”.
Além da completa remodelação do palco, as obras incidiram também no sub palco, nas varas, no chão do teatro, assim como em todo o equipamento técnico, indicou.
“Tecnicamente, o teatro foi todo requalificado (…) ao nível de som, de luz, de varas, projetores, 'pernas'… tudo”, disse, sublinhando que agora só foi possível devido a parcerias com empresas.
Era “uma obra muito dispendiosa e o que é de louvar nesta requalificação [reside nas] parcerias que se disponibilizaram para connosco minimizar muito o orçamento”, frisou.
Para José Raposo, essa foi a “principal motivação”, pois sem parcerias a obra não teria sido viável.
Os orçamentos que estavam feitos por parte de empreiteiros “eram uma loucura” e rondavam “um milhão e quinhentos mil euros”, sublinhou.
A requalificação “ficou por muito menos dinheiro, uma vez que o Paulo Dias, que também pertence à direção, foi o único obreiro, através dos seus conhecimentos com as empresas que fizeram connosco essas parcerias", disse.
“Foi ele quem conseguiu os contactos, as reuniões e os apoios de tudo quanto era empresas ligadas não só ao ramo das obras como também de toda a área técnica”, referiu, sublinhando que "só a capacidade de gestor fantástico de Paulo Dias permitiu a realização de toda a obra em 90 dias".
O Teatro Armando Cortez reabriu no passado dia 12, com um espetáculo de 'stand-up', mas a inauguração oficial do “teatro novinho em folha”, nas palavras de José Raposo, está marcada para quarta-feira, com a apresentação de mais uma récita do espetáculo “Solteira Casada Viúva Divorciada”, protagonizado por Melânia Gomes.
Presentes estarão várias entidades, entre as quais o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, imprensa, parceiros, artistas e outros convidados.
Em cena desde dia 17 no Teatro Armando Cortez, a peça parte de quatro textos de outros tantos escritores brasileiros e estará em cartaz mais um mês, pelo menos, referiu.
Dotar o teatro Armado Cortez das melhores condições para acolher peças "sem ser por curtos períodos de tempo, rentabilizando-o e canalizando mais verbas para a Apoiarte" foi o objetivo principal das obras, observou José Raposo.
A Apoiarte, que além do teatro dispõe ainda da residência Casa do Artista, de uma galeria de arte e de uma academia com dez salas, conta, atualmente, com perto de 1.800 sócios, disse o presidente da associação.
Batizado com o nome do "principal impulsionador" da Casa do Artista, e que presidiu à direção desde a inauguração da Casa, em 1999, atè à morte, em 2002 - o ator Armando Cortez - o teatro tem, desde 2004, como companhia residente, o Teatro Infantil de Lisboa.
A capacidade da sala é de 326 lugares.
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