Roberto Benigni, 68 anos, é “uma figura de referência inigualável e sem precedentes no panorama das artes performativas italianas”, que se destacou desde a estreia “pela abordagem inovadora e irreverente às regras e tradições”, sublinhou o diretor do festival, Alberto Barbera, justificando a escolha do prémio de carreira.
Benigni, que sobressai no domínio da comédia, começou o percurso artístico nos anos 1970, no teatro e na televisão. Na altura, no pequeno ecrã, entrou na série “Onda Libera”, suspensa por causa de um momento escatológico alvo de censura, e “L’altra domenica”.
No final daquela década estreou-se no cinema como ator, no filme “Berlinguer, I love you” (1977), de Bertolucci. “Tu mi turbi”, de 1983, representa a estreia de Benigni como realizador e regista a entrada em cena da atriz Nicoletta Braschi, companheira de vida e protagonista de outros filmes que rodou.
Para o festival de Veneza, Roberto Benigni brilha em todos os registos, seja no teatro, cinema ou televisão, “graças à sua exuberância e impetuosidade, à forma generosa com que se relaciona com o público e à alegria apaixonada, que é talvez a mais original imagem de marca da sua obra”.
“A vida é bela”, filme que rodou e interpretou em 1997, versando sobre o Holocausto, será um dos melhores exemplos desta descrição do festival de Veneza.
No filme, Benigni interpreta um judeu que recorre a todas as estratégias imaginativas para proteger e iludir o filho dos horrores de um campo de concentração nazi, um papel que lhe valeu um rol de prémios internacionais, entre os quais o grande prémio do júri de Cannes e o Óscar de melhor ator.
O festival de Veneza recorda que “A vida é bela” ainda é o filme mais popular do cinema italiano, somando 9,7 milhões de espectadores.
Federico Fellini, Jim Jarmusch, Woody Allen e Matteo Garrone são três dos realizadores com quem Benigni também trabalhou como ator.
A 76.ª edição do festival de Veneza decorrerá de 1 a 11 de setembro.
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