The Wild Robot / Robot Selvagem estreou esta semana nos cinemas e já há quem diga que é o Melhor Filme de Animação do Ano. A história, baseada nos livros de Peter Brown, segue Roz, um robô que, após um naufrágio, acaba por chegar a uma ilha desabitada. Lá, acaba por ter de se adaptar à vida selvagem, desenvolvendo laços com os animais, especialmente com um pequeno ganso órfão, que acaba por adotar. Realizado por Chris Sanders (“Como Treinares o Teu Dragão” e “Lilo & Stitch”), além de explorar a ligação entre tecnologia e natureza, “The Wild Robot” obriga-nos a fazer várias questões, mas leva-nos a questionar sobretudo o modo como nos relacionamos uns com os outros.
Porque vale a pena ver / quem deve ver: Está a ser amplamente elogiado pela crítica especializada e com razão: esta é uma história comovente para toda a família, que combina aventura e emoção. Quanto ao filme em si, a crítica do The Guardian elogia a maneira como aprofunda temas universais – amor, perda e a descoberta de si próprio – de forma inteligente e comovente, destacando o facto de o fazer através de um robô. Quem estiver à procura de um filme de animação que, além de visualmente impressionante, oferece uma mensagem profunda e e merecedora de reflexão, então este é um daqueles a não perder.
Todo o Tempo que Temos / We Live in Time é outra das estreias da semana nas salas portuguesas. É um drama romântico realizado por John Crowley (“Brooklyn”) e protagonizado por Andrew Garfield e Florence Pugh. A história foca-se na relação entre Almut (Pugh) e Tobias (Garfield), que se conhecem de uma forma inesperada e vivem uma intensa história de amor ao longo de uma década. O filme segue os altos e baixos da sua vida em comum, desde os momentos de paixão até aos desafios que enfrentam enquanto constroem uma família.
Porque vale a pena ver / quem deve ver: Quem gosta de um drama que puxa pelas emoções. O The Hollywood Reporter escreve que a química entre Andrew Garfield e Florence Pugh é tão palpável quanto comovente. O carisma de ambos também é deveras evidente, assim como é demasiado fácil gostar deles enquanto casal — o que faz com que seja ainda mais difícil lidar com o desenrolar do filme quando as suas personagens começam a revelar os seus defeitos e imperfeições e a debater temas como a mortalidade.
Disclaimer* (sim, leva asterisco) é a nova grande aposta da Apple TV+, que estreou esta sexta-feira no serviço de streaming da maçã. Com um elenco de luxo, que inclui Cate Blanchett, Sacha Baron Cohen e Kevin Kline, a minissérie é escrita e realizada por Alfonso Cuarón (“Gravidade”, “Os Filhos do Homem”), que adapta o romance de Renée Wright em oito episódios. A história segue Catherine Ravenscroft (Blanchett), uma jornalista famosa por expor os erros dos outros, mas que se vê no centro de uma conspiração quando um livro, escrito por um autor misterioso, põe a nu os segredos obscuros do seu passado. E correndo o risco de ver a sua vida a desmoronar, Catherine precisa de descobrir quem está por trás deste exposé.
Porque vale a pena ver / quem deve ver: Ideal para quem gosta de thrillers psicológicos com reviravoltas complexas e se quer perder no mundo visual captado pelos diretores de fotografia Emmanuel Lubezki (“Children of Men”, “Gravity”) e Bruno Delbonnel (“Amélie,” “Inside Llewyn Davis”). É pensar num thriller literário de Gillian Flynn com a realização de Cuarón - que rodou a série como se fosse um filme porque “não sabe fazer TV” - e as interpretações de Blanchett e Sasha Baron Cohen. Se é algo totalmente inovador e nunca antes visto? Não, mas com este talento todo envolvido não nos vão ouvir queixar.
The Franchise é uma comédia satírica que mergulha no caos dos bastidores de um saga de super-heróis. A série, criada por Armando Iannucci (“Veep”) e Sam Mendes (“1917”, “Beleza Americana”), acompanha uma equipa de produção que tenta sobreviver no meio das exigências e absurdos da indústria cinematográfica. Ou seja, a trama satiriza de forma divertida os desafios e as loucuras que envolvem a criação de um filme de super-heróis.
Porque vale a pena ver / quem deve ver: “The Franchise” oferece uma visão hilariante e mordaz sobre os bastidores da indústria cinematográfica. E para quem gosta de ver como “os filmes são feitos”, é extremamente interessante. Especialmente para os fãs de filmes de super-heróis, caso queiram ver o outro lado da “glamourizada” produção. A Empire elogia a série pelo tom maledicente e diz que é “consistentemente divertida” na forma como brinca com os clichés e problemas durante a produção de um grande blockbuster. Pelo que vimos do primeiro episódio, realizado pelo próprio Sam Mendes, tendemos a concordar.
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