“Vernon Subutex” é uma trilogia romanesca de enorme sucesso, que a chancela da 2020 vai lançar em Portugal, estando o primeiro volume já disponível nas livrarias e o segundo previsto para publicação em julho, segundo a Elsinore.

Vernon Subutex é o protagonista da história, Subutex é também, segundo o glossário, um medicamento utilizado no tratamento da dependência da heroína, e este é um romance definido pela crítica como “parte épico social, parte thriller punk rock, escrito com uma fúria que nos atinge em cheio como um murro”.

O herói da história, que é na verdade um anti-herói, “faz parte de uma espécie em vias de extinção”, descreve a editora.

Vernon foi proprietário de uma loja de discos, viveu os anos 1980 e 1990 furiosamente, seguindo religiosamente a trindade sexo, drogas e rock’n’roll.

Passados 20 anos, depara-se com um novo mundo: a sua loja fechou, a maioria dos seus amigos morreu ou mudou-se, e o seu benfeitor pessoal, Alex Bleach, acaba de desaparecer, vítima de overdose.

Agora, sem emprego, sem casa e sem planos, o futuro de Vernon passa pelas ruas de Paris, até que um comentário inadvertidamente deixado no Facebook, leva a que se espalhe a noticia de que Vernon tem em seu poder algo muito valioso: três cassetes de vídeos que Bleach deixou como testamento, durante uma noite de farra.

A partir daqui, uma “multidão esfomeada” fica no encalço de Vernon, desde produtores, a estrelas porno, passando por fãs desocupados.

Escrito em capítulos curtos e ritmo acelerado, “Vernon Subutuex” foi descrito pelo Le Fígaro Littéraire como sendo não um romance, mas um “eletrocardiograma”.

O jornal Express classificou-o como um romance notável e perturbador, o Le Monde descreveu-o como “preciso, divertido e absolutamente duro”, enquanto o jornal alemão Die Welt se referiu a ele como “pleno de vida e agonia, abismos sociais e humanos”, uma comédia humana que é um “retrato psicológico astuto cheio de energia e força”.

Virginie Despentes é uma autora e realizadora francesa, além de reconhecida crítica cultural e feminista.

Membro da Academia Francesa, a sua obra, provocadora e focada na sociedade urbana dos últimos trinta anos, tem sido galardoada com vários prémios.

De entre as suas obras, destacam-se “Bye Bye Blondie”, “Teoria King Kong”, publicada em Portugal pela Orfeu Negro, e “Apocalipse Baby”, publicado pela Sextante, que venceu o Prémio Renaudot de 2010.

A trilogia “Vernon Subutex” venceu, em 2015, o Prémio Anaïs Nin, o Prémio Landerneau e o Prémio La Coupole, além de ter sido finalista do Prémio Man Booker Internacional do ano passado.