André Gomes, responsável pela programação não-clássica da sala gerida pela Academia e Escola Profissional de Música de Espinho, explicou à Lusa que essa expectativa resulta da recente inclusão desse auditório na Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses (RTCP).
“Estes são apenas os três primeiros nomes de um ano de programação que, esperamos, possa vir a significar um aumento da nossa oferta. Estamos neste momento em processo de candidatura ao apoio à programação no âmbito da recém-criada RTCP e estamos esperançosos na concretização dessa ajuda, o que significaria algo inédito nos 15 anos de vida do Auditório”, declarou.
A aposta em projetos portugueses para o arranque de 2022 pretende assim ser “um sinal de esperança e de regresso a uma certa normalidade”, mas refletindo também um cartaz “simbólico e com diversidade”, composto por “teatro, o lado mais experimental do Rui Reininho e a música erudita pelas mãos de Pedro Burmester”.
No caso do músico que se tornou uma referência como vocalista da banda GNR, o concerto em Espinho está marcado para o dia 22 de janeiro e terá por base o disco “20.000 Éguas Submarinas”, que, editado em 2021, “expõe Rui Reininho no cume da sua essência”.
André Gomes realça que o cantor “tem tanto de próprio como de não-comum” e adianta que, depois do álbum “Companhia das Índias” (2008), o seu novo trabalho é resultado de uma viagem que, durante dois anos, o levou com o produtor Paulo Borges “pelos confins dos mares já dantes navegados, a passo, trote, galope, mariposa e voo”.
Já o concerto de Pedro Burmester, a 28 de janeiro, será uma oportunidade para conhecer “duas obras fundamentais da música oitocentista”, marcada pela transformação operada nos hábitos sociais do século XIX e pela inovação tecnológica da época: os 24 prelúdios de Fréderic Chopin e a Sinfonia N.º 5 Op. 67 de Beethoven, executada a quatro mãos com Pedro Borges.
“Do intimismo virtuosístico dos Prelúdios de Chopin, anunciadores de uma abordagem livre e expressiva, ao estilo sinfónico de Beethoven, sugerimos um percurso pelo Classicismo vienense e pelo Romantismo parisiense, com raízes na Polónia”, observou André Gomes.
A terceira proposta do Auditório de Espinho para janeiro sobe ao palco no dia 14 e envolve um espetáculo músico-teatral pela companhia ACERT. “Car12 — A Grande Viagem” tem encenação de José Rui Martins e leva os atores Miguel Cardoso e André Cardoso numa jornada-dueto “num veículo surpreendente”
A programação de janeiro do Auditório de Espinho incluirá igualmente uma residência artística da cantautora Amélia Muge, a propósito da qual André Gomes antecipa: “Disso resultará uma digressão que passará também pela nossa sala ainda em 2022”.
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