Vasco Gargalo venceu, por unanimidade, com um cartoon que revela "uma mensagem poderosa e uma bela representação da forma como o trabalho forçado atinge o mundo inteiro, apesar de não estar à vista de todos. Nenhuma região, nenhum setor económico está isento de trabalho forçado e cabe-nos a todos acabar com isso", lê-se na justificação do júri, na página oficial do concurso.
O cartoon de Vasco Gargalo apresenta uma criança debaixo de uma máquina de costura gigante ilustrada com o mapa do mundo, e que está a costurar um vestido vermelho de uma mulher.
O concurso foi organizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela organização não governamental Recursos Humanos Sem Fronteiras e os vencedores - de Portugal, do Uzbequistão e da Turquia - foram escolhidos por um júri e pelo público entre 460 participações de 65 países.
O concurso internacional tem como objetivo "aumentar a sensibilização para a escravatura moderna" e lançava o desafio aos cartoonistas em forma de pergunta: "E se o seu lápis fosse uma ferramenta contra o trabalho forçado?".
Além de Vasco Gargalo, foram ainda distinguidos Eshonkulov Makhmudjon, do Uzbequistão, e Kann Saatchi, da Turquia.
De acordo com a organização, para o outono está prevista a publicação de um catálogo e a realização de uma exposição, em local a anunciar, com alguns dos melhores cartoons a concurso.
Os vencedores do concurso foram anunciados hoje, Dia Mundial Contra o Tráfico de Seres Humanos.
A OIT calcula que "25 milhões de homens, mulheres e crianças estão presos em trabalho forçado".
Vasco Gargalo, que nasceu em 1977 em Vila Franca de Xira, é um cartoonista premiado que colabora com imprensa portuguesa e estrangeira e cujo trabalho visual tem sido uma lupa sobre a atualidade política internacional e social.
Um dos mais conhecidos trabalhos do autor intitulada "Aleppo(nica)", inspirado na obra "Guernica", de Picasso, sobre a guerra na Síria.
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