Intitulada “Haze”, esta exposição individual de Vhils apresenta um novo corpo de trabalho que abrange parte da ampla gama de técnicas e suportes inovadores que, ao longo da última década, deram forma à sua linguagem visual, de acordo com a informação divulgada pelo estúdio do artista.
A mostra vai apresentar uma diversidade de obras, maioritariamente ‘site-specific’, materializadas em vários suportes, incluindo portas de madeira esculpidas, dioramas esculturais, peças de pequeno e grande formato com aglomerados de cartazes esculpidos à mão, instalações vídeo imersivas e composições de gesso cartonado esculpido, entre outras.
Vhils irá também realizar uma das suas célebres obras com recurso a explosivos, a primeira dentro de uma instituição artística.
“Procurando estabelecer um diálogo subtil com o icónico edifício projetado pela reconhecida arquiteta iraquiana-britânica Zaha Hadid”, a exposição ocupa dois andares do Cincinnati Contemporary Arts Centre, destaca a organização, acrescentando que o artista vai ainda criar algumas peças com materiais recolhidos nas ruas de Cincinnati.
Vhils visitou os Estados Unidos pela primeira vez em 2008 para uma exposição coletiva em Nova Iorque. A partir daí já viajou e trabalhou deixando a sua marca em vários Estados e cidades, como Baltimore (2012), Chicago (2018), Detroit (2014), Fort Smith (2015), Honolulu (2014), Las Vegas (2013), Los Angeles (2010, 2011, 2014 e 2018), Miami (2011 e 2018), Filadélfia (2013) e San Diego (2010).
Para o artista é um “prazer” regressar a Cincinnati, no Ohio, cidade que visitou pela primeira vez em abril de 2011, e onde deixou um dos seus murais em baixo-relevo, numa parede da 301 West Fifth Street.
A segunda visita de Vhils àquela cidade aconteceu em outubro do ano passado, por ocasião do BLINK Cincinnati — Light-based Art Festival, altura em que criou um outro mural e prestou homenagem ao abolicionista e político americano John Mercer Langston.
Alexandre Farto vai aproveitar esta exposição em Cincinnati para criar “uma interação entre a realidade local e o contexto global mais amplo, como forma de refletir sobre a condição humana atual”, uma prática que tem sido habitual no artista.
Nas palavras de Vhils, “esta exposição pode ser vista como uma continuação direta — e, de certa forma, como o culminar — do trabalho que [tem] vindo a desenvolver ao longo da última década em vários locais na Europa, África, Ásia, Oceania e nas Américas, que tem explorado uma variedade de tópicos relacionados com a natureza dos ambientes urbanos contemporâneos, o modelo dominante de desenvolvimento globalizado, e o seu impacto em contextos culturais e identidades pelo mundo fora”.
“A exposição irá incluir diversas obras ‘site-specific’ desenvolvidas como uma manta de retalhos a partir de uma ampla variedade de temas, pessoas e materiais provenientes de locais como Cincinnati, Miami, Los Angeles, Nova Iorque, Cidade do México, Bogotá, Rio de Janeiro, Lisboa, Paris, Londres, Hong Kong, Pequim, Xangai, Dakar, Joanesburgo, Sydney e outras cidades em que trabalhei”, acrescenta.
Para o artista, “esta justaposição intencional de materiais e temas espelha a interação entre elementos de várias culturas que observamos hoje nos grandes ambientes urbanos globalizados, e procura tanto confrontar quanto estabelecer um diálogo que explora as semelhanças e as diferenças entre eles”.
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