“O objetivo é instalar este ano 10 obras destes artistas na sede de concelho e nas freguesias mais rurais, pelo que o processo de auscultação da população é fundamental para o sucesso da intervenção artística”, disse à Lusa Sandra Santos, coordenadora do projeto Arte Pública Fundação EDP, orientado para territórios de baixa densidade a nível nacional.
A iniciativa, em parceria com o município de Vila Nova da Barquinha, no distrito de Santarém, “visa o acesso à arte, bem como estimular o desenvolvimento local através da realização de obras de arte pública em meio rural”, destacou, tendo revelado que os mesmos podem ser feitos “em postes ou caixas de transformação da EDP, muros, edifícios ou outros locais”, em seleção que será ainda definida pelos artistas.
“Esta semana vamos realizar assembleias comunitárias com os artistas Vhils, Manuel João Vieira, Violant e Carlos Vicente, um momento de convívio entre a população local e estes artistas, para dinamização deste projeto na região e para a sempre fundamental interação entre as comunidades residentes”, frisou a coordenadora do projeto.
Em Praia do Ribatejo, onde cerca de 20 cidadãos de várias gerações assistiram na terça-feira à primeira assembleia comunitária, o diálogo com Vhils e Carlos Vicente foi vivo e participado, tendo a população trocado ideias com os artistas, sugerido motivos e locais para as intervenções, num projeto que visa “democratizar o acesso à arte” e permitir o envolvimento da população em novas experiências culturais.
“A última palavra do que fazer e onde se vai fazer caberá sempre aos artistas, mas esta primeira sessão foi muito positiva pela interação e participação das pessoas que aqui habitam”, resumiu à Lusa, no final, Sandra Santos.
Nas diferentes localidades de Vila Nova da Barquinha, a exemplo do que sucede nos outros pontos do país onde o projeto está presente, as iniciativas são operacionalizadas pelos parceiros de modo sequencial, sendo a primeira fase a de apresentação de artistas, ao que se seguirá a apresentação de propostas dos mesmos.
A terceira fase será a das intervenções artísticas, propriamente ditas, com os autores em residência artística, e a quarta e última fase com visitas guiadas às 10 obras que serão instaladas no território rural.
O núcleo que se criou em 2017 – ARTEJO -, conta com a assinatura dos artistas Alexandre Farto (aka Vhils), Manuel João Vieira, Violant, Carlos Vicente e alunos do Centro de Estudos de Arte Contemporânea e da Escola D. Maria II, Vila Nova da Barquinha.
O projeto Arte Pública Fundação EDP, que “vai-se estender ainda este ano a Braga”, segundo Sandra Santos, está presente em Trás-os-Montes (Alfândega da Fé, Torre de Moncorvo, Miranda do Douro e Mogadouro), Ribatejo (Vila da Marmeleira, Assentiz, São João da Ribeira e Ribeira de São João), Alentejo (Campo Maior, Ouguela e Degolados) e Algarve (Vila do Bispo, Barão de S. João, São Bartolomeu de Messines, Alte e Alportel).
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