Os Estados Unidos estão a trabalhar “arduamente” para concluir um acordo que inclua a retirada do movimento islamita libanês, apoiado pelo Irão, da região que faz fronteira com Israel, garantiu Blinken numa conferência de imprensa.
“Tendo em conta a minha recente viagem à região e conversações que estão a decorrer neste momento, fizemos bons progressos nesse sentido (de um cessar-fogo)”, observou.
“Ainda temos trabalho a fazer”, acrescentou, apelando para “uma solução diplomática, incluindo através de um cessar-fogo”.
Os enviados da Casa Branca, Amos Hochstein e Brett McGurk, reuniram-se hoje em Jerusalém com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para procurar uma solução para mais de um mês de guerra entre Israel e o Hezbollah no Líbano.
Segundo a comunicação social israelita, que cita fontes governamentais, o plano elaborado pelos enviados norte-americanos prevê uma retirada do Hezbollah do sul do Líbano, bem como a retirada do Exército israelita dessa região, cujo controlo passaria a caber ao Exército libanês e às forças de manutenção da paz da ONU.
O Líbano teria a responsabilidade de impedir o Hezbollah de se rearmar com armas importadas, e Israel manteria o seu direito de se defender respeitando o direito internacional, segundo o documento.
Como principal apoio militar de Israel, os Estados Unidos não apelaram para um cessar-fogo imediato no Líbano e apoiaram os ataques de Israel ao Hezbollah, embora expressando preocupação com o destino dos civis.
Blinken instou mais uma vez à aplicação integral da Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que pôs fim à guerra entre o Hezbollah e Israel em 2006 e estipulou que apenas as forças de manutenção da paz e o Exército libanês estariam destacados no sul do Líbano.
Ao seu lado na conferência de imprensa, o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, considerou, por sua vez, que existe uma “oportunidade” para o Líbano.
“Estamos otimistas quanto à evolução da situação no Líbano num futuro não muito distante”, afirmou.
Quanto à situação humanitária na Faixa de Gaza, ao fim de mais de um ano de guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, o secretário de Estado norte-americano assegurou hoje que o seu país está “a vigiar de perto” se Israel cumpre as suas obrigações de permitir a entrada de ajuda humanitária naquele território devastado e advertiu de que ainda é “insuficiente”.
“Houve progressos reais, mas insuficientes. Estamos a trabalhar todos os dias para garantir que Israel faz o que tem de fazer para que esta ajuda chegue às pessoas que dela necessitam em Gaza”, afirmou Blinken.
Blinken e Austin advertiram a 13 de outubro, por carta, o Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de que os Estados Unidos poderiam travar as suas entregas de armamento a Israel se este não levantasse as restrições à entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano.
“As nossas equipas estão a acompanhar de muito perto se Israel cumpre as suas responsabilidades legais no que diz respeito à distribuição de ajuda humanitária”, declarou o chefe da diplomacia norte-americana.
O secretário de Estado afirmou que “não basta apenas deixar entrar camiões a Gaza”, mas também é vital que a ajuda “possa ser eficazmente distribuída” no interior da Faixa de Gaza.
Antony Blinken sublinhou especialmente a urgência de efetuar nos próximos dias uma segunda ronda para a vacinação contra a poliomielite de centenas de milhares de crianças em Gaza.
Salientou também que é tempo de pôr fim à guerra em Gaza, uma vez que Israel já atingiu os dois objetivos que se propôs quando lançou a sua ofensiva, há mais de um ano: eliminar a liderança do Hamas e os responsáveis pelo ataque de 07 de outubro de 2023 contra Israel.
“Ambos os objetivos foram alcançados e agora a atenção deve centrar-se em acabar com a guerra e, entretanto, garantir que as pessoas recebem alimentos, medicamentos e outros bens necessários”, defendeu.
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