Na sequência das detenções, o SIC apresentou hoje as mais de duas toneladas de produtos diversos, designadamente 535 quilogramas de marfim bruto e 263 quilogramas de peças de marfim trabalhadas, 895 quilogramas de escamas de Pangolim e dez quilogramas de planta medicinal, protegidos pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção.
Em declarações à imprensa, o diretor do gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do SIC, Tomás Agostinho, disse que as quantidades apreendidas estão estimadas em cerca de quatro milhões de dólares (cerca de 3,5 milhões de euros).
Segundo Tomás Agostinho, o destino desses produtos era o Vietname, sem se saber ainda se se tratava do destino final.
“Dos quatro detidos, dois aprestavam-se para embarcar com destino ao Vietname na posse de quatro malas, contendo 20 quilogramas de cornos de rinoceronte”, que se encontravam dissimuladas em embalagens de brinquedos, lâmpadas e frutas diversas, protegidas com lâminas de aço, para despiste do controlo do raio-x no aeroporto.
O responsável avançou que está já em curso uma investigação, mas os dados preliminares indicam que o produto é proveniente do sul do país, mais concretamente da província do Cuando Cubango.
“Até agora, temos indícios de que não trabalham sozinhos, mas ainda não temos suficientemente clarificado esse detalhe, sobre quem serão eventualmente as pessoas que eles têm aqui ao nível nacional que os apoiem nessa atividade”, salientou.
Tomás Agostinho referiu que os detidos serão encaminhados ao Ministério Público para a legalização das suas detenções.
De acordo com o diretor do gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do SIC, antes das quatro detenções de quarta-feira, a 12 deste mês foi igualmente detido outro cidadão vietnamita nas mesmas circunstâncias, mas ainda fora do aeroporto.
“Pretendia também embarcar no aeroporto internacional 04 de fevereiro na posse de 20 quilogramas de cornos de rinoceronte. Isso foi no dia 12 de agosto. Foi após a detenção desse indivíduo que estivemos depois no encalço destes quatro elementos. Um deles é o mentor e os demais, basicamente, os transportadores”, explicou.
O destino a ser dado aos bens apreendidos, segundo Tomás Agostinho, competirá ao tribunal.
Os produtos foram apreendidos numa residência, localizada na zona de São Paulo, num espaço arrendado há mais de um ano, no qual foram instaladas duas oficinas para o trabalho do marfim.
“E não têm só essa residência. Para disfarçar têm outras, mas é nesta que têm as oficinas e são acondicionados os materiais”, adiantou.
O tempo de permanência em Angola dos cidadãos vietnamitas não foi avançado, tendo sido apenas confirmado que estão legais no país, “a coberto de vistos de trabalho”, cujas entidades, através das quais obtiveram esses vistos, estão “devidamente identificadas”.
“Não podemos precisar agora, pois não sabemos também se trabalhariam ou não efetivamente para essas entidades. São pormenores que vão ser devidamente esclarecidos no decurso da instrução do processo”, disse.
Tomás Agostinho referiu que, ao longo do ano, são vários os casos dessa natureza já reportados.
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