Com recurso a algoritmos e milhares de fotos de mulheres que receberam espontaneamente, o coletivo Obvious Art quer criar uma nova Marianne, nome que é atribuído à mulher que encarna os valores da República ‘Liberdade, Igualdade e Fraternidade’ na pintura "La liberté guidant le peuple" ("A Liberdade Guiando o Povo”) de Eugène Delacroix.
“A atual Marianne não nos incomoda em nada, mas se é possível fazer algo mais representativo do país e mais participativo, vemos como mais interessante”, defendeu Pierre Fautnel, um dos três artistas que promovem a iniciativa artística “Nous sommes Marianne" ("Nós somos Marianne”).
Na famosa obra de arte de Delacroix, Marianne é a mulher com os seios à mostra que, enquanto carrega a bandeira de França, guia o povo sobre os corpos derrotados.
Este movimento quer apresentar no final de abril ou inicio de maio a imagem renovada da mulher que simboliza a França e cuja presença, em busto ou corpo inteiro a utilizar um gorro vermelho, que era habitualmente usado durante a Revolução Francesa, está em todos os edifícios oficiais de França.
“O Presidente da República de França tem o poder para mudar a Marianne, sendo que a decisão é apenas deste. Vamos esperar que escolha a nossa”, referiu Pierre Fautnel, citado pela agência EFE.
O lançamento da nova Marianne irá coincidir com as eleições presidenciais de abril.
Mas como será a Marianne do século XXI num país muito mais miscigenado do que no final do século XVIII? O artista explicou que não tem resposta.
“Em França não podemos catalogar por raça, a lei proíbe. Recebemos as fotos e com a ajuda do algoritmo será criada uma nova imagem”, lembrou.
Até agora, mais de 5.000 mulheres já enviaram a sua fotografia. As inscrições são válidas para mulheres a partir dos 18 anos.
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