Com o advento do Emirado Islâmico, como é designado o regime ‘de facto’ dos talibãs, “o sistema da ‘sharia’ foi instaurado em todo o Afeganistão”, declarou Akhundzada, num comunicado divulgado pelo porta-voz do Governo fundamentalista afegão.

“Está a aplicar-se a sagrada ‘sharia’ islâmica e foram adotadas medidas importantes para elevar as práticas religiosas e expandir e fortalecer os centros religiosos”, afirmou o líder supremo talibã.

O ‘mullah’ elogiou também o trabalho dos tribunais da ‘sharia’ na promoção da “reforma social”.

“Através do funcionamento dos tribunais da ‘sharia’ (…), o grande dever de ordenar o bem e proibir o mal está a ser cumprido na prática”, sublinhou.

Com o seu regresso ao poder, em agosto de 2021, os talibãs impuseram uma interpretação rígida da lei islâmica, um conjunto de normas e preceitos aplicáveis nos domínios religioso, moral, jurídico, económico e político.

As execuções, a flagelação e os castigos físicos fazem parte da aplicação da lei islâmica no Afeganistão.

Desde que tomaram o poder no Afeganistão, os talibãs executaram cinco pessoas e “castigaram” outras 450, com penas como flagelação pública e prisão, segundo o Supremo Tribunal afegão.

A imposição de uma interpretação rígida da lei islâmica pelos talibãs conduziu a restrições à circulação das mulheres, à sua exclusão dos espaços sociais e à proibição de frequência do ensino superior.

A interpretação deste código jurídico não-monolítico é considerada uma das mais rígidas em vigor no mundo muçulmano.

Akhundzada é uma figura esquiva que comunica geralmente através de mensagens escritas ou gravações de voz, sendo raramente é visto em público.

É o terceiro líder supremo dos talibãs, nomeado em 2016, após a morte do seu antecessor, Akhtar Muhammad Mansour, num ataque de ‘drones’ (aeronaves não-tripuladas) norte-americanos no Paquistão.