Na primeira intervenção de fundo do PS no segundo dia do debate do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), a líder parlamentar socialista, Alexandra Leitão apontou o dedo a uma governação entre “a neblina e a opacidade” e acusou o executivo de falta de transparência neste processo orçamental ao deixar sem resposta um conjunto de questões sobre o documento.
Segundo a líder parlamentar do PS, o Governo anuncia “medidas que já estão em curso, mas que antes criticou”, não tem um compromisso com os serviços públicos e “está em permanente campanha eleitoral”, sendo tudo isto corporizado pelo OE2025.
Alexandra Leitão criticou em concreto algumas medidas da proposta orçamental, como a autorização legislativa vaga, “um verdadeiro cheque em branco”, sobre as alterações ao regime dos trabalhadores do Estado.
Sobre esta autorização legislativa, da bancada do BE, Joana Mortágua, perguntou à deputada socialista se confia no Governo para fazer esta legislação ou, caso não confie, se “vai juntar os seus votos aos do BE” para a chumbar.
“A resposta é não. Não confiamos. Não confiamos e por isso cá estaremos na especialidade”, referiu Alexandra Leitão.
Pelo PSD, António Rodrigues respondeu às críticas de falta de opacidade e disse ter ficado “espantado porque o país vinha de um espaço de trevas” no Governo de maioria absoluta, acusando o PS de falta de responsabilidade, de falta capacidade de análise e ausência de solidariedade.
Na réplica, a líder parlamentar do PS começou por questionar o deputado do PS se quando falava da herança que os socialistas tinham deixado se estava a referir “ao resultado do superavit” que agora permite resolver problemas.
Alexandra Leitão considerou curiosas as acusações de falta de solidariedade quando este é um “Governo totalmente dependente da oposição” e enfatizou que o PS assumiu um compromisso com os portugueses sobre a viabilização, através da abstenção, do OE2025.
“Uma coisa é responsabilidade com o país, outra coisa são cheques em branco e esses não terão do PS”, avisou.
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