Os protestos foram convocados pela Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP) e tinham como objetivo reivindicar carreiras dignas e melhores salários para os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica.
Em declarações à agência Lusa, Dina Carvalho, do Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (SINDITE), explicou que os protestos foram adiados devido ao PSD ter pedido hoje na Comissão da Saúde “o adiamento, sem data marcada, da discussão em sede de especialidade” do diploma do Governo, já promulgado pelo Presidente da República, que estabelece o regime remuneratório da carreira especial destes profissionais.
“Vamos desconvocar a greve, marcar outras, porque vamos ter de ter o tempo necessário para o pré-aviso e nós não sabemos em que data é que poderá descer à assembleia a votação final do diploma e se alguma vez virá a descer”, disse a sindicalista.
Dina Carvalho adiantou que já estão “sem acreditar grandemente que se vá conseguir grande coisa e, por isso, é que as manifestações e a greve vão sendo adiadas e remarcadas em sucessivas sextas-feiras” porque é o dia em que vai a plenário a votação das decisões da Comissão de Saúde.
A Comissão da Saúde tinha marcado para hoje a discussão e votação das propostas de alteração do BE, PCP e PSD ao decreto-lei que estabelece o número de posições remuneratórias das categorias da carreira especial de técnico superior das áreas de diagnóstico e terapêutica e identifica os respetivos níveis da tabela remuneratória única.
A decisão do Governo de aprovar o regime remuneratório sem acordo dos sindicatos levou a uma greve e a uma manifestação dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica no passado dia 21 de fevereiro.
Para os sindicatos, o diploma vai “perpetuar a discriminação”, com a aplicação de regras de transição para a nova carreira que não colocam estes profissionais em todas as categorias, e de uma grelha salarial que não permite um desenvolvimento salarial igual ao de outras carreiras na Administração Pública.
Com este diploma, afirma o sindicato, “97% dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica vão para a base da carreira, independentemente de terem começado a trabalhar no dia 01 de janeiro ou terem uma carreira de 20 anos e 75% dos profissionais veem o seu passado de trabalho e dedicação ao Serviço Nacional de Saúde apagado sem respeito”.
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