“Vamos voltar à paralisação porque o Governo, no dia 28 de maio, comunicou-nos novamente o encerramento da negociação”, disse à agência Lusa o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica, Luís Dupont.
O dirigente sindical explicou que o Governo apresentou “uma ligeira alteração” à tabela salarial, face à última proposta, dizendo que “não havia condições para apresentar matérias e questões” que são essenciais para estes profissionais.
“Não é só uma questão da tabela salarial é também a questão da transição dos trabalhadores da atual carreira para a nova tabela e a contagem do tempo de anos de serviço na atual carreira”, disse, considerando “inaceitável o que Governo está a fazer na negociação”.
Face a esta situação, os sindicatos solicitaram, no dia 05 de junho, “uma negociação suplementar face àquilo que é a lei e o enquadramento legal sobre esta matéria”, mas até ao momento não houve nenhuma resposta por parte dos ministérios da Saúde e das Finanças.
Os sindicatos pediram ainda a intervenção do primeiro-ministro, António Costa, que remeteu a questão para os dois ministérios.
Perante este impasse, os técnicos de diagnóstico e terapêutica decidiram voltar hoje à greve, que se repete a 13 de julho. A partir de 01 de julho irão realizar uma greve às horas extraordinárias por tempo indeterminado.
Luís Dupont prevê “uma adesão grande” à paralisação, como aconteceu nos dias 24 e 25 de maio, com a adesão a rondar os 90%, com impacto em praticamente todos os serviços de saúde, principalmente nas consultas, cirurgias programadas e exames de diagnóstico e terapêutica.
Para as 16:30, está marcada uma concentração junto à Assembleia da República, seguindo em marcha até ao Terreiro do Paço, residência oficial do primeiro-ministro, onde os profissionais vão ficar em vigília e entregar um manifesto ao primeiro-ministro, que, “pelos vistos, não está a querer ouvir estes profissionais”, adiantou o sindicalista.
No documento, os técnicos de diagnóstico e terapêutica explicam que o manifesto representa “uma tomada de posição” junto do primeiro ministro e visa que “o assunto seja discutido no seio do Governo no sentido de não se dar por encerrado” o processo negocial “de forma unilateral”.
Expõem ainda as suas reivindicações, entre as quais um ajuste da tabela salarial, a transição para novas carreiras e o descongelamento de escalões.
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