O Meo Arena mudou hoje oficialmente de nome, no mesmo dia em que recebeu o evento que explica a mudança. Passa agora a chamar-se Altice Arena - numa decisão que é parte do "processo de convergência da marca Altice e que irá também refletir-se na parceria com a Web Summit", como referiu a presidente da Altice Portugal, Cláudia Goya. E foi perante uma arena onde se contavam 1500 parceiros e colaboradores do Grupo Altice bem como os 150 quadros de topo do grupo ao nível mundial, que foi apresentado o plano estratégico da empresa e as áreas designadas como sendo de "compromisso estratégico"para Portugal .
O presidente executivo da Altice, Michel Combes, sublinhou o compromisso do grupo com Portugal, referindo-se à PT como “um diamante”. É por essa razão, acrescentou, que Lisboa foi escolhida para acolher o segundo encontro de quadros líderes do Grupo Altice de forma a “celebrar o sucesso”. Os 150 quadros visitaram o país “de forma a garantir que a visão de todos está alinhada”, porque “Portugal é um país-chave para a Altice”.
Coube à presidente da Altice Portugal, detalhar as sete áreas em que a Altice assume como prioritárias: investimento em redes e infraestruturas, inovação, desenvolvimento de competências necessárias à transformação digital, criação de emprego qualificado, empreendedorismo, exportação de know how português, promoção da criação de conteúdos em português e feitos em Portugal e educação.
No que respeita ao investimento em redes e infraestruturas, Cláudia Goya anunciou que o grupo pretende antecipar o objetivo de ter Portugal integralmente coberto por fibra em 2020, a mesma data que quer ter a tecnologia 5G a funcionar em pleno no país. "A Altice investiu mais 1000 milhões de euros desde a compra [da PT], mais do que alguma vez a PT investiu no passado", sublinhou.
No que respeita à inovação, o destaque vai para o Altice Labs, sediado em Aveiro, e que o grupo pretende reforçar como centro de I&D para todo o mundo. "Já hoje exportamos tecnologia e inovação para 36 geografias e em 2018 vamos ter fibra made in Portugal nos Estados Unidos e em França".
A criação de emprego, referiu a gestora, vai decorrer em duas vertentes: a criação de 4000 postos de trabalho em call centers (cerca de 1600 já concretizados até outubro de 2017) e 2000 empregos diretos e indiretos na expansão da fibra. Paralelamente, foi anunciado o recrutamento de 500 jovens recém-licenciados até 2020 através de protocolos com quatro universidades (Instituto Superior Técnico, Universidade de Aveiro, Universidade Católica e Universidade Nova de Lisboa).
Altice vai levar 50 startups portuguesas aos EUA, França e Israel
O grupo pretende também reforçar a sua ligação ao empreendedorismo, mediante a criação do Projeto startup: De Lisboa para o mundo com o qual se propõe levar aos mercados dos Estados Unidos, França e Israel 50 startups portuguesas por ano. Internamente, o objetivo é triplicar o número de startups apoiadas, passando das atuais 30 para 90. Na mesma lógica de usar a rede internacional como facilitadora de negócios, a Altice irá também lançar o "Programa de fornecedores portugueses Altice" no qual serão selecionadas empresas para serem os representantes oficiais da marca em áreas de negócio como lojas de marca única, redes e infraestruturas.
Um dos temas mais esperados desta comunicação prendia-se precisamente com o tema da criação de conteúdos em português, uma vez que é aguardado para amanhã o parecer da ERC sobre a compra da Media Capital pela Altice. Cláudia Goya reafirmou que o grupo quer "trabalhar ativamente nesta área" "de forma aberta e plural", mas sobre o processo de análise regulatória em curso Michel Combes limitou-se a dizer que não fazia comentários.
Por último, foi anunciada a articulação da Fundação Altice que está a ser estruturada a nível global com a Fundação PT, mantendo o foco desta nas áreas da educação mas adicionando-lhe duas novas áreas de intervenção, o empreendedorismo e as artes.
O encontro em Lisboa contou com a presença dos fundadores da Altice, Patrick Drahi e Armando Pereira.
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