Outros das razões apontadas para o regresso a Portugal são as oportunidades de carreira, as possibilidades de criar o próprio negócio e o rendimento a auferir.
Por seu lado, 30% dizem não pretender voltar devido aos baixos salários, às poucas oportunidades de carreira, à falta de oferta de emprego na área de experiência e à instabilidade do país.
O Reino Unido é o país que acolhe mais portugueses qualificados, seguido da Alemanha, França, Holanda e Suíça, tendo o pico da emigração sido em 2012.
Relativamente à sua situação laboral, o inquérito mostra que 59,9% deles estão empregados com um contrato sem termo, 20,6% com contrato a termo, 7,2% são estudantes, 5,8% trabalha por conta própria sem empregados, 2,8% são empresários e têm funcionários, 2,1% estão noutra situação e 1,3% estão no desemprego.
Quanto às suas habilitações académicas, 38,1% tem Mestrado, 31,1% uma Licenciatura com quatro ou cinco anos, 15,1% um Doutoramento, 9,6% um Bacharelado ou Licenciatura de três anos e 6,1% o Ensino Secundário.
Questionados sobre o desejo de investir em Portugal, 53% responderam afirmativamente e 47% negativamente, sendo que a maioria que pretende ter um negócio apenas pensa nisso daqui a mais de cinco anos.
Já quanto à origem dos inquiridos, o estudo mostra que a maior parte, 40,0% são do distrito de Lisboa, e 18,7% do Porto.
O professor da Universidade de Coimbra Pedro Góis, coordenador do estudo, explicou, na apresentação destes dados preliminares, que a maioria dos jovens emigrantes veem de locais do litoral, algo que poderá estar relacionado com a sua ida para aí para estudar ou trabalhar.
Outro das conclusões é que existem mais mulheres a emigrar e cada vez mais novas, situação que poderá estar relacionado com a profissão, sublinhou.
O docente revelou ainda que os inquéritos, realizados entre janeiro e abril, mostraram que o desemprego é “muito residual” entre a comunidade portuguesa “fora de portas”.
O questionário 'online' lançado pela Fundação AEP, no âmbito do programa “Empreender 2020 – Regresso de uma geração preparada”, pretendeu estudar a emigração de jovens qualificados e a forma de os cativar a voltar.
O projeto pretende também identificar as condições que favoreçam o retorno e desenhar cenários concretos de atuação com vista ao regresso desta geração e, ainda, debater um modelo de desenvolvimento capaz de acolher estes jovens.
O “Empreender 2020" quer divulgar oportunidades de empreendedorismo qualificado e criativo e também reforçar o relacionamento empresarial na diáspora.
Durante um debate na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto sob o tema “Podes fazer cá o que fazes lá fora?”, um engenheiro a trabalhar na Alemanha disse, via Skype, que a sua vida “mudou substancialmente” e que tem um estilo de vida que não poderia ter se trabalhasse cá.
“Quando me propuseram um salário quatro vezes superior ao de cá a decisão foi muito fácil. Custa estar longe da família, mas temos regalias que não teremos aí nunca, assim como oportunidades de crescer profissionalmente”, afirmou uma publicitária no Reino Unido.
Estes, para já, continuam por lá, mas com a esperança de voltar para cá.
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