Arnold van den Bergh pode ter revelado o esconderijo de Anne Frank em Amsterdão para salvar a sua própria família, segundo uma investigação que durou seis anos e que se refletiu na obra "The Betrayal of Anne Frank" ("A Traição de Anne Frank", em tradução livre) da autora canadiana Rosemary Sullivan, a ser publicado esta terça-feira.
As acusações contra Van den Bergh, que morreu em 1950, são baseadas em várias provas, incluindo uma carta anónima enviada ao pai de Anne, Otto Frank, após a Segunda Guerra Mundial, segundo trechos publicados pelos media neerlandeses nesta segunda-feira.
O Museu Anne Frank disse à AFP que a investigação, liderada pelo agente aposentado do FBI Vincent Pankoke, é uma "hipótese fascinante", mas são necessárias mais investigações.
As teorias sobre como os nazis chegaram ao esconderijo que a família Frank ocupou por dois anos, até serem descobertos em a de agosto de 1944, são abundantes, mas o nome de Van den Bergh não recebeu muita atenção.
Esta nova investigação foi feita a partir de técnicas modernas, incluindo o uso de inteligência artificial para analisar grandes quantidades de dados.
Assim, a lista de suspeitos foi reduzida a quatro pessoas, incluindo Van den Bergh, que foi membro fundador do Conselho Judaico, uma organização que os nazis impuseram aos judeus para organizar deportações.
Os investigadores descobriram que Van den Bergh conseguiu evitar a deportação, mas que essa ordem foi revogada perto do suposto momento de traição que permitiu aos nazis encontrar a família Frank.
Após o ataque, a família foi deportada e Anne e a sua irmã morreram no campo de Bergen-Belsen no ano seguinte. O seu pai publicou postumamente o seu diário, que já vendeu mais de 30 milhões de cópias.
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