O campeonato nacional de Cruzeiros arranca hoje do Porto Santo e termina no próximo dia 14, no Funchal, com passagem marcada pelas Desertas, Machico e Santa Cruz. Organizada pela Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Cruzeiros e Associação Regional de Vela da Madeira e com o apoio do governo regional madeirense, através da Direção Regional de Turismo, conta com cerca de 250 tripulantes e 23 embarcações nacionais e internacionais (com certificado ORC).
“É um evento que regressa 17 anos depois ao arquipélago e é o culminar de um esforço de promoção náutica de que o Extreme Series foi o evento mais mediático”, recordou ao SAPO24 Sérgio Jesus, presidente da Associação Regional de Vela da Madeira (ARVM) à margem da apresentação do nacional de Cruzeiros, que decorreu ontem no Porto Santo, na casa da Direção Regional para a Administração Pública da ilha. “O campeonato de Portugal é a exploração da vertente mais lúdica e social”, descreveu.
Para Dorita Mendonça, diretora regional do Turismo da Madeira, se as Extreme Series “colocaram a fasquia alta”, o campeonato de Cruzeiros “demonstra que a região tem condições para receber eventos competitivos deste género, do ponto vista logístico e de infraestruturas”, adiantou. A competição “atrai público novo e diferente e reposiciona a Madeira no mapa dos eventos da náutica de recreio”, continuou.
Turismo e a Associação Regional de Vela assumem estar “abertos a receber mais eventos náuticos”. A Discoveries Race, em agosto, será, no imediato, o exemplo que se segue, prova também ela, à imagem do nacional de Cruzeiros, integrada nas celebrações dos 600 anos dos descobrimentos do Porto Santo e da Madeira.
Uma localização privilegiada que merece um investimento no turismo náutico
“A Madeira e o Porto Santo têm condições únicas para a prática da vela. Temos sítios de reconhecida qualidade, como a baía do Porto Santo e a costa Leste da Madeira, com uma regularidade de ventos que nos dão garantias”, afirmou o responsável da Associação Regional de Vela.
“O mar é um dos nossos grandes ativos”, reforçou Dorita Mendonça. E é pelo mar que entra uma importante fonte de receitas da Região Autónoma da Madeira. A diretora regional do Turismo reconheceu que, embora existam vários caminhos na promoção náutica, não deixa de salientar que a ilha “está muito ligada” ao turismo de cruzeiros. “Dá-nos meio milhão de visitantes por ano e tem forte impacto económico na região”.
Por seu lado, Sérgio Jesus, frisou que “o turismo náutico tem também a vertente de náutica de cruzeiro, que alia o prazer de andar à vela a posto de amarração em marinas, permanecer na ilha mais tempo e fugir ao tradicional turista que chega de avião ou cruzeiro”.
Socorrendo-se da geografia e saindo da componente competitiva relembrou que o arquipélago tem a “felicidade de estar num ponto estratégico no que diz respeito às acessibilidades marítimas, a meio caminho entre Caraíbas e a Europa, na Macaronésia, região que envolve também os Açores, Cabo Verde e Canárias”, explicou. “Estamos na rota dos ventos alísios”, e, em certas alturas do ano, “sabemos que passam por aqui embarcações, temos marinas cheias e listas de espera ... há essa rotina”, continuou. “Dou-lhe um exemplo: há mega iates que param com a tripulação para paragem técnica, mas não com o armador. Temos de potenciar o conforto dos náuticos que nos visitam”, finalizou Sérgio Jesus, deixando no ar a necessidade de mais investimento.
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