O presidente da Iniciativa Liberal, Miguel Ferreira da Silva, demitiu-se esta quinta-feira da liderança do recém-criado partido, na sequência da polémica acerca da origem da página de Facebook do partido, que era, até maio de 2015, uma página independente de apoio ao atual líder do Partido Socialista e primeiro-ministro António Costa intitulada “António Costa 2015 - Capacitar Portugal”.
A informação é pública e está à distância de um clique na página do partido naquela rede social. Na aba “Informação e Anúncio” é possível ver que, desde que foi criada, a página mudou três vezes de nome: a primeira designação foi António Costa 2015 - Capacitar Portugal”; mudou pela primeira vez de nome para “Capacitar Portugal”; no início de 2016 a mudança foi mais radical, passando a página a chamar-se “Liberal Portugal”, tendo, a 26 de setembro desse mesmo ano, adotado a formulação que conhecemos hoje de “Iniciativa Liberal”.
À Renascença o partido disse ter conhecimento da origem da página, reconhecendo que esta “foi estabelecida a partir de uma outra existente, resultante de uma iniciativa cívica de apoio individual a António Costa a secretário-geral do PS, em agosto de 2014” por um dos fundadores do movimento que na altura se identificava com o atual primeiro-ministro. No entanto, o partido manifestou total independência, garantiu Rodrigo Saraiva, secretário-geral do partido, que esclareceu ainda que a ligação desse militante com Costa terminou por "divergências profundas” pela “forma como chegou ao poder”.
Perante uma posição maioritária do partido contraditória à sua, o antigo presidente do partido escreveu que “acreditando que não é possível apontar o caminho sem estar disponível a percorrê-lo, apresentei a minha demissão”.
A iniciativa liberal nasceu, oficialmente, como partido no dia 16 de dezembro de 2017, dia em que o Tribunal Constitucional autorizou o pedido de constituição do partido, fazendo da Iniciativa Liberal o 22º partido político português desde 1974.
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