Numa mensagem dirigida “à família TAP”, que o SAPO24 teve acesso, Antonoaldo Neves, CEO da empresa, agradece a todos os trabalhadores da companhia o “espírito de missão” num “ambiente de incerteza”.
“Esse espírito de missão é o que nos tem dado, a toda a família TAP, força para assegurar que todo o projeto de transformação, que vem sido muito bem implementado nos últimos anos, não seja perdido. Muito pelo contrário, seja aproveitado. Porque hoje a TAP tem condições e força para enfrentar essa situação desafiante”.
No mesmo vídeo, com duração de quase cinco minutos, Antonoaldo Neves garante que a empresa tem recebido — por parte dos acionistas, fornecedores, trabalhadores e clientes — “o apoio, confiança e a confirmação de que estão todos prontos para poder apoiar no que for preciso a TAP para a empresa continue viva e sustentável, protegendo o emprego de todos os trabalhadores”.
Na mensagem, integrada na comunicação mensal enviada aos trabalhadores, o CEO da transportadora refere-se ainda a abril como sendo um mês “totalmente diferente na história da TAP”.
“A TAP vai parar. Vamos dedicar todos os nossos esforços na operação para duas grandes missões muito nobres”, explica.
A primeira visa “assegurar a continuidade territorial de Portugal”, ao continuar com voos para o arquipélago da Madeira e dos Açores [até 4 de maio], e a segunda refere-se a “voos pontuais de missões de repatriamento e de transporte carga humanitária”.
“Cuide de si e da sua família (…) Aproveite esse momento para pensar como cada um de nós, individualmente, pode contribuir para a retoma da TAP”.
“Temos a convicção de que vamos sair dessa crise e a TAP vai estar pronta para aproveitar todas as oportunidades que o mercado nos colocar”, assegura Antonoaldo Neves.
O vídeo termina com a “confiança” de que “a TAP vai voltar a voar”.
Na terça-feira, a TAP anunciou que vai avançar com um processo de 'lay-off' para 90% dos trabalhadores e com a redução do período normal de trabalho em 20% para os restantes colaboradores, numa mensagem aos funcionários.
Assim, o grupo determinou "a suspensão temporária da prestação do trabalho para cerca de 90% dos colaboradores" e "uma redução do período normal de trabalho, em 20%, para os restantes 10% dos colaboradores", para fazer face ao impacto da pandemia de covid-19, que inviabiliza quase toda a operação da transportadora aérea, lê-se na mesma missiva, a que a Lusa teve acesso.
"As condições remuneratórias definidas contemplam o pagamento de 2/3 das remunerações fixas mensais para os colaboradores em suspensão temporária da prestação do trabalho e o pagamento de 80% da remuneração fixa mensal para os colaboradores em redução de horário de trabalho, porque estes continuam a trabalhar para assegurar a retoma", indicou a TAP, sendo que estas medidas entram em vigor em 2 de abril por um período de 30 dias, que pode vir a ser alargado.
Segundo a companhia aérea, os “administradores executivos e não executivos propuseram, de forma voluntária, uma redução maior da sua remuneração, no valor de 35%”, ao abrigo destas medidas, que “impactam todos os colaboradores de forma transversal”.
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