Na sua intervenção de hoje, a primeira-ministra britância, Theresa May, voltou a dirigir-se às empresas tecnológicas, instando-as a fazer mais pela luta antiterrorista, nomeadamente fechando áreas da internet usadas por terroristas. "Não podemos permitir esta ideologia de que é preciso criar espaço seguro", afirmou. "É precisamente isso que a internet e as grandes companhias estão a fornecer".
Também a secretária da segurança interna, Amber Rudd, apelou em entrevista ao canal de televisão inglês ITV por um acordo internacional de forma a que as empresas que gerem redes sociais fossem mais proativas a impedir a radicalização através das suas plataformas.
Para a organização de defesa dos direitos digitais, Open Rights Group, mais regulação seria "uma resposta pobre e muito política, que não resolve o problema". "A internet e o Facebook não são a causa do ódio e da violência, mas sim ferramentas de que se pode abusar".
O Facebook já respondeu a estas questões, afirmando que não permite publicações a grupos ou pessoas que apoiem o terrorismo. "Utilizando uma combinação de tecnologia e de supervisão humana, trabalhamos ativamente para remover conteúdo terrorista da nossa plataforma logo que estamos a par que existe - e se ficamos a saber de uma emergência que envolve a segurança de alguém ativamos os mecanismos legais".
O Google, por seu lado, disse que estava empenhado em trabalhar com o governo e ONGs na resposta a estes problemas complexos e desafiantes e que partilhava do compromisso do governo em garantir que os terroristas não têm uma expressão online.
Para Joe Lynam, especialista da BBC em temas de negócios, o apelo da primeira-ministra não é de todo novo. Não é um apelo novo e não é um tema novo para Theresa May que chegou inclusive a propor, no manifesto do Partido Conservador, sanções às empresas que se recusem a remover conteúdo ilegal, recorda na sua análise.
Os números que avança falam por si sobretudo quando associados à palavra "controlo". Por minuto são colocadas 400 horas de vídeo no YouTube e existem atualmente dois mil milhões de utilizadores ativos do Facebook. Quando estes dados são analisados à luz das possibilidades que oferecem a quem quer promover o terror fica claro o gigantesco trabalho que máquinas e homens têm pela frente.
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