"Aquilo que consta no relatório preliminar [da Proteção Civil] são quatro falhas: duas da NAV [Navegação Aérea de Portugal] e duas do 112. É muita falha e muita falha significa que o Estado falhou, se se confirmarem" as conclusões desse relatório, disse Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas na Mealhada.
O chefe de Estado salientou que espera que não se confirmem as conclusões do relatório preliminar no inquérito do relatório definitivo.
O relatório preliminar da Proteção Civil sobre a queda do helicóptero do INEM em Valongo, hoje divulgado, aponta falhas à NAV Portugal, ao 112 e ao Comando Distrital de Operações de Socorro do Porto (Proteção Civil).
"O contacto com o Rescue Cordination Center (RCC), da Força Aérea Portuguesa, para a identificação de um possível acidente com uma aeronave, tanto por parte da NAV Portugal como do CONOR [Centro Operacional do Norte do 112], não foi efetuado com a necessária tempestividade, podendo ter comprometido o tempo de resposta dos meios de busca e salvamento", indica o relatório preliminar da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
"Se se confirmar aquilo que resulta deste relatório preliminar, são falhas demais de comunicação e tempo demais, que resulta dessas falhas, e isso não é bom para a confiança das pessoas nas instituições", referiu o Presidente da República.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, é agora necessário "apurar se foi assim e, se foi assim, é preciso responsabilizar e corrigir para as pessoas poderem confiar [nas instituições]".
O Presidente da República notou ainda que o país retirou lições relativamente aos incêndios de 2017.
Porém, "está visto que ainda não retirámos lições quanto a estradas que caem e dificuldades de comunicação como quando há acidentes como estes. Convém retirar lições", salientou.
A queda do helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), no sábado, em Valongo (distrito do Porto) provocou a morte a quatro pessoas - dois pilotos, um médico e uma enfermeira.
A aeronave em causa é uma Agusta A109S, operada pela empresa Babcock, e regressava à sua base, em Macedo de Cavaleiros, Bragança, após ter realizado uma missão de emergência médica de transporte de uma doente grave para o Hospital de Santo António, no Porto.
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