"Vamos ter que aguardar. Como sabem, os partidos com menos votação muitas vezes têm que aguardar para perceber o resultado que efetivamente têm. Isto ainda é uma projeção e não sabemos efetivamente qual é que será o resultado", afirmou José Cascalho, em declarações aos jornalistas, num hotel de Ponta Delgada, em São Miguel, onde o partido está a acompanhar a noite eleitoral.
Segundo uma projeção à boca das urnas realizada pela Universidade Católica para a RTP, a coligação PSD/CDS/PPM, que governa atualmente nos Açores, vence hoje as eleições legislativas regionais, obtendo entre 40% e 45%, com margem para maioria absoluta.
"De facto os resultados não são muito bons, na nossa opinião, para os Açores, porque tudo indica uma maioria de direita com as mesmas políticas e, portanto, com uma situação complicada para os Açores", considerou José Cascalho.
O mandatário de campanha do Bloco admitiu que estas projeções não são os resultados esperados, mas ressalvou que é preciso "aguardar para ver" o resultado final.
"Vamos aguardar, sabemos que é difícil, porque aquilo que se projeta é de facto uma viragem à direita forte", acrescentou.
Com esta percentagem da projeção, a coligação PSD/CDS/PPM pode eleger entre 25 e 31 dos 57 deputados do parlamento dos Açores, sendo necessários 29 mandatos para uma maioria absoluta, segundo a projeção divulgada pela RTP cerca das 19:00 nos Açores (20:00 em Lisboa).
O PS fica entre 32% e 37% dos votos, elegendo 19 a 25 deputados, e o Chega obtém entre 8% e 11% dos votos e pode eleger quatro a oito deputados.
A mesma projeção indica que a Iniciativa Liberal (IL), o Bloco de Esquerda (BE), o PAN (Pessoas-Animais–Natureza) e a CDU - Coligação Democrática Unitária (coligação PCP/PEV) obtêm os mesmos resultados, entre 1% a 3%, podendo não eleger ou conseguir um mandato no máximo.
Em relação à estimativa de participação eleitoral, a projeção aponta para uma abstenção entre 44% e 50%.
O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas após o chumbo do Orçamento para este ano.
Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.
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