Em comunicado, o Chega/Açores revela que o novo Secretário Regional das Finanças do Governo Regional, Duarte Freitas, recebeu, na quinta-feira, a seu pedido, o deputado José Pacheco, tendo “assegurado que transparência, verdade e rigor são palavras-chave que deseja cumprir no desempenho das novas funções governativas e no relacionamento com todos os parceiros” do executivo.

“José Pacheco viu nesta abertura do Secretário Regional um passo positivo”, mas “deixou algumas reservas, reiterando que a posição do Chega relativa ao fim do apoio ao executivo se “mantêm até que, efetivamente, se vejam frutos práticos”, lê-se na nota de imprensa.

Para o deputado, eleito no sábado como líder da estrutura regional do Chega, “não basta um caderno de boas intenções” e “mais do que as palavras, importa passar aos atos e ações concretas”.

O deputado revelou em 06 de abril que “acabou” o apoio do Chega ao Governo Regional, nomeadamente por continuar “sem eco” das propostas apresentadas para viabilizar o Orçamento Regional de 2022, como as viaturas para a corporação de bombeiros e os incentivos à natalidade, ou a remodelação no executivo liderado por José Manuel Bolieiro.

“Não tenho problema nenhum, enquanto representante do Chega nos Açores, de assumir essa despesa e esse risco, mas fica o Governo Regional a saber que, com o Chega, acabou”, afirmou José Pacheco.

Após o anúncio da remodelação do Governo Regional, em 18 de abril, José Pacheco disse à Lusa que “havia muito mais a limpar”, salientando que cabe ao executivo açoriano mostrar que “consegue fazer melhor” e que o Chega estava “enganado” quanto ao fim do apoio.

O deputado disse ainda continuar “a achar demais” o número de membros no governo.

Na nota hoje divulgada pelo Chega é ainda referido que o encontro com o novo Secretário Regional das Finanças do Governo Regional “serviu para acertar pormenores quanto à relação institucional” que o executivo açoriano e o partido “pretendem manter doravante ao nível parlamentar.

O Chega/Açores, reúne-se em congresso no sábado após as eleições diretas que levaram o deputado regional à presidência da estrutura.

A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados, sendo que, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um deputado independente (eleito pelo Chega).

PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo de governação.

A coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega e com o deputado independente Carlos Furtado (ex-Chega) e o PSD um acordo com a IL.

Estes três acordos são o que garante aos partidos do Governo os três votos necessários a uma maioria absoluta no parlamento (29 votos).

Se um destes três deputados deixar de apoiar o executivo, este passa a contar com 28 parlamentares, insuficiente para garantir maioria absoluta no hemiciclo (29).