“A base das Lajes continua a ser um recurso indispensável para a defesa do mundo ocidental e a preservação da paz no mundo. Não tenhamos dúvida disso. Essencial durante todo o século XX, a base das Lajes pode, no contexto geopolítico mundial atual, reassumir um papel determinante ao nível de segurança e defesa”, avançou o vice-presidente do executivo açoriano, Artur Lima.

O governante falava, na base das Lajes, na sessão de abertura da segunda edição do curso de segurança marítima, promovido pelo Centro do Atlântico.

Artur Lima considerou que aquela iniciativa “corrobora a importância geoestratégica” dos Açores.

“A centralidade do arquipélago, associada à vastidão da sua Zona Económica Exclusiva, ao ativo geopolítico que é a base das Lajes e à potencialidade dos seus recursos, configura uma oportunidade renovada para a Portugal, para a Europa e para o mundo”, frisou.

Para o vice-presidente do executivo açoriano, é preciso assegurar que o desenvolvimento da região é “impulsionado a partir do aproveitamento cabal” do seu “potencial geoestratégico e geopolítico”, que traga “retorno económico efetivo”.

O governante, que tutela a pasta da Ciência, defendeu a aposta numa “investigação científica adequada e alicerçada no efeito reprodutor que deve ter para a economia açoriana”.

“A valorização da nossa geocentralidade atlântica é um desafio que deve merecer a nossa melhor atenção, para que possa ser concretizado na íntegra”, defendeu.

“Não haja dúvidas de que serão imensos os ganhos que podem advir dos nossos ativos estratégicos. Estejamos todos preparados – órgãos de governo próprio da região, Governo da República e parceiros internacionais – para corresponder a mais este desafio”, salientou.

Também presente na sessão de abertura do curso de segurança marítima, o comandante da Zona Aérea dos Açores, brigadeiro-general João Gonçalves, apelou aos participantes de diferentes países para que “fortaleçam a cooperação entre todos”, para lá desta semana de formação.

João Gonçalves salientou que este curso tem uma abordagem mais alargada sobre a segurança, que inclui temas como “as alterações climáticas e a poluição, a proteção dos direitos humanos e as questões de género”.

“Como comunidade, sabemos todos as ameaças que enfrentamos e a nossa responsabilidade para desenvolver soluções para preservar o oceano e os seus ecossistemas. Temos de ser sustentáveis e de agir de forma sustentável, para encontrar soluções que permitam que o oceano seja uma fonte de vida, de desenvolvimento sustentável e de crescimento económico, não um cemitério para o futuro”, apontou.

O responsável defendeu o desenvolvimento e uso de “tecnologias que permitam ter uma presença no mar, na terra, no ar, no espaço e no ciberespaço, em todo o Atlântico, para monitorizar, implementar, controlar e aplicar políticas comuns às organizações próprias”.

Oficializado em 2021, por iniciativa do governo português, o Centro do Atlântico integra atualmente 20 países, da Europa, África e América, e terá sede na base das Lajes, na ilha Terceira.

O curso, que este ano tem como tema “Segurança Marítima e Segurança Humana”, conta com a participação de 30 auditores de nove países atlânticos.

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