"Acredito que todas as pessoas, onde quer que estejam, têm o direito de viver na sua nação de forma pacífica. Acredito que os palestinianos e israelitas têm o direito de ter a sua própria terra", declarou o príncipe herdeiro saudita, numa entrevista publicada na segunda-feira pela revista norte-americana The Atlantic.
O príncipe, de 32 anos, destacou que as únicas "preocupações religiosas" dos sauditas dizem respeito ao destino das mesquitas em Jerusalém Oriental, anexada por Israel, o terceiro local mais sagrado para o Islão.
"O nosso país não tem problemas com os judeus", insistiu.
Para Mohammed bin Salman, a principal ameaça para a Arábia Saudita continua a ser o Irão, acusando o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, de ter ambições territoriais mais agressivas que Adolf Hitler na época do nazismo.
"Ao lado do líder supremo do Irão, Hitler parece bom. Hitler tentou conquistar a Europa, [Ali Khamenei] tenta conquistar o mundo", acusou.
O reino sunita parece estar a aproximar-se cada vez mais de Israel, especialmente porque os dois Estados veem o Irão xiita como o principal inimigo na região.
Recentemente, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, apresentou o seu país como o "aliado indispensável" dos países árabes que se opõem a Teerão.
De acordo com observadores, a Casa Branca conta com uma reaproximação entre israelitas e sauditas para redesenhar os equilíbrios regionais no Médio Oriente, numa altura em que os líderes palestinianos recusam a intervenção de Washington como mediador de paz, na sequência do reconhecimento pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de Jerusalém como a capital de Israel.
Mohammed bin Salman encontra-se em visita aos Estados Unidos, tendo sido o primeiro dirigente do Golfo a ser recebido em Washington por Trump.
A Administração Trump aprovou, dois dias depois do encontro, a 20 de março, a venda de armamento à Arábia Saudita, um negócio anunciado em mil milhões de dólares (813 milhões de euros).
Designado príncipe herdeiro em junho de 2017 pelo pai, o rei Salman, Mohammed bin Salman já anunciou que vai impor a sua “visão 2030”, garantir uma economia menos dependente do petróleo e atrair investimentos estrangeiros.
Riade tem manifestado a intenção de acelerar o programa nuclear civil, que prevê a construção de 16 reatores nos próximos 20 anos, num valor de 80 mil milhões de euros.
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