O pedido ao Tribunal foi apresentado em setembro por vários partidos da oposição. Estes partidos entendem que a presidente do Parlamento, Baleka Mbete, deveria ter estabelecido uma comissão para iniciar o processo de destituição.
O artigo 89 da constituição sul-africana estabelece a possibilidade de iniciar este trâmite – que é submetido a votação – quando existe um incumprimento “grave” da Constituição ou da lei.
Em 2014, a Provedora do Povo, Thuli Madonsela, denunciou que Zuma tinha utilizado dinheiros públicos na remodelação da sua residência privada na localidade de Nkandla, obras que o Presidente justificou com a necessidade de reforçar a sua segurança.
Entre as obras de ampliação – supostamente devido a medidas de segurança – inclui-se um anfiteatro, uma piscina e um estábulo para vacas, pelo que a provedora do povo exigiu que Zuma devolvesse parte do montante gasto pelo erário público.
Zuma ignorou este pedido e, em março de 2016, o próprio Tribunal Constitucional ordenou-lhe que devolvesse meio milhão de euros, escrevendo na sentença que o Presidente não tinha respeitado a Constituição.
Os partidos da oposição que apoiam esta nova ação judicial consideram que, após a sentença, o parlamento deveria ter tomado algum tipo de ação contra o Presidente.
Zuma já enfrentou e ganhou várias moções de censura relacionadas com os escândalos de corrupção em que está envolvido.
A decisão do Tribunal ocorre uma semana depois de Zuma ter recorrido de uma ordem judicial que obrigava o Estado a criar uma comissão de investigação sobre possíveis irregularidades na concessão de contratos para beneficiar uma família de empresários que lhe são próximos.
Além disso, em outubro último, o Tribunal Supremo de Recurso rejeitou um recurso do presidente contra a reinstauração de 783 acusações por corrupção que lhe tinham sido retirados em 2009.
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