A decisão foi anunciada no sábado à noite pelo chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, depois de o exército israelita ter entrado em Rafah.
“A UNRWA teve de interromper os serviços de saúde e outros serviços essenciais em Rafah”, disse Lazzarini nas redes sociais.
“Estamos agora a trabalhar a partir de Khan Younis e das zonas do centro, onde vivem 1,7 milhões de pessoas”, referiu.
Lazzarini disse que todos os 36 abrigos da agência em Rafah, “onde as pessoas devem estar sempre protegidas sob a bandeira da ONU”, estão agora vazios.
Lembrou que mais de um milhão de pessoas, na maioria deslocados, foram obrigadas a fugir do local, que conta com 1,4 milhões de habitantes, desde que as forças israelitas lançaram uma ofensiva em 10 de maio.
A agência retomou as operações em Khan Younis, “apesar dos danos causados a todas as suas instalações” pelo exército israelita, que terminou em abril a ofensiva na cidade situada a cerca de 10 quilómetros de Rafah.
O chefe da UNRWA também denunciou que a agência só conseguiu recolher “pouco menos de 450 camiões” nas últimas três semanas, apesar de serem necessários “pelo menos 600 camiões de abastecimentos por dia”, e que o combustível é escasso.
De acordo com Lazzarini, basta que “as autoridades israelitas deem luz verde” para que as equipas da UNRWA procedam à recolha dos camiões com ajuda.
“A destruição trará mais destruição, mais dor, mais raiva e mais perdas para palestinianos e israelitas”, afirmou o chefe da agência da ONU.
“Todas as atenções estão viradas para a proposta de acabar com esta guerra através de um cessar-fogo, da libertação de todos os reféns e de um fluxo substancial e seguro de fornecimentos urgentemente necessários para Gaza”, acrescentou.
Israel manteve os ataques em Rafah, onde diz estarem os últimos batalhões do grupo extremista palestiniano Hamas, apesar de o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) ter ordenado, em 24 de maio, a suspensão imediata da ofensiva.
As decisões do TIJ, o órgão jurisdicional da ONU, são vinculativas, mas o tribunal não tem meios de fazê-las cumprir.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos, segundo Israel.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, disse que a ofensiva lançada por Israel depois do ataque já provocou mais de 36.300 mortos e a destruição de muitas infraestruturas do enclave palestiniano.
Comentários