Segundo o diretor nacional da Agricultura e Pecuária de Angola, Manuel Dias, a agricultura nacional encontra-se “fortemente alicerçada” na agricultura familiar de subsistência, “que não garante cabalmente a segurança alimentar e nutricional da população em Angola”.
A situação “obriga a recorrer grandemente à importação de alimentos”, disse o responsável, quando falava sobre o desenvolvimento da agricultura sustentável em Angola, no Simpósio Relação Brasil — Angola, que decorreu hoje, em Luanda.
Falando em representação do secretário de Estado do setor, Manuel Dias sinalizou que, do total da área cultivada a nível nacional, as explorações agrícolas empresariais contribuíram apenas com menos de 9%.
As famílias contribuíram com 91,5% do total da área cultivada na campanha agrícola 2021-2022, acrescentou.
Em relação à preparação das áreas agrícolas segundo as diferentes fontes energéticas de mecanização, o responsável afirmou que 66% da agricultura em Angola ainda é feita manualmente, 22% por tração animal e 6% por mecanização.
Para o diretor nacional da Agricultura e Pecuária de Angola, a vulgarização e expansão da mecanização agrícola, regadio, sanidade vegetal e animal, fabrico de fatores de produção, como equipamentos agrícolas, fertilizantes, pesticidas e vacinas em todo o território constituem desafios para a cooperação entre Angola e o Brasil, no sentido do “fortalecimento” da agricultura familiar.
Considerou, ainda, que o investimento brasileiro direto para a produção na agricultura, o reforço da capacidade de melhoramento e certificação de sementes, melhoramento genético dos diferentes tipos de gado e investigação agrária constituem também desafios da cooperação entre Luanda e Brasília.
O Simpósio Relação Brasil-Angola, enquadrado na 14.ª Semana do Brasil em Angola e nas celebrações dos 201 anos de independência do Brasil, foi realizado no Instituto Guimarães Rosa, em Luanda, pela Associação de Empresários e Executivos Brasileiros em Angola, que celebra 20 anos.
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