Num relatório, a AIE lembrou que o aquecimento acumulado até agora já ronda os 1,2 graus e deverá duplicar até ao final do século com a dinâmica atual.
Isto apesar da transição para a energia limpa estar em curso e a única questão ser quanto tempo levará a concretizar-se, sublinhou o diretor executivo da agência, Fatih Birol.
A AIE admitiu que ainda considera “possível, mas muito difícil”, conseguir limitar o aquecimento global a 1,5 graus, o objetivo que a comunidade internacional estabeleceu com o Acordo de Paris, em 2015.
A agência sublinhou que cumprir essa meta exigiria uma redução muito mais acentuada no uso de combustíveis fósseis.
Embora o pico de consumo de carvão já deva ter sido atingido e o pico de consumo de petróleo e gás natural deva acontecer esta década, os combustíveis fósseis continuarão a corresponder a cerca de 73% da procura global de energia em 2030.
Por outro lado, a AIE sublinhou que a transição para os automóveis elétricos está a acontecer mais depressa do que o esperado e previu que 40% dos carros vendidos em 2030 serão movidos a eletricidade.
A agência disse ainda acreditar que, até ao final da década, as energias renováveis representarão 80% da nova capacidade de produção de eletricidade, com a energia solar a representar mais de metade.
As políticas anuais permitem a instalação de painéis solares com capacidade para produzir 500 gigawatts por ano, mas a AIE garantiu que o mundo poderia fabricar e instalar painéis solares com uma capacidade para produzir 1.200 gigawatts por ano até 2030.
Ou seja, com o reforço das redes elétricas e do armazenamento de eletricidade, poderia ser integrada muito mais produção de fontes renováveis, o que reduziria mais rapidamente a utilização de combustíveis fósseis, sobretudo do carvão e especialmente na China.
A China, que na última década absorveu quase dois terços da procura adicional de petróleo e um terço da procura de gás, além de ser o principal consumidor de carvão, é agora uma potência nas energias limpas, sublinhou a agência.
A procura por combustíveis fósseis e as emissões associadas começarão a diminuir a partir de 2025 e será a Índia a impulsionar o crescimento do consumo de energia, seguida do Sudeste Asiático e África.
A AIE defendeu que, para reduzir o uso de combustíveis fósseis, será decisivo encontrar financiamento para o desenvolvimento de tecnologias de baixas emissões nestas regiões.
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