Num evento, em novembro, organizado pela iniciativa She Changes Climate, o sultão Al-Jaber, dos Emirados Árabes Unidos, que hoje preside à cimeira climática COP28 considerou a saída dos combustíveis fósseis como inevitável e que não era essencial para reduzir o aquecimento global a 1,5º C. O debate, realizado online, contou com a presença da antiga presidente da Irlanda e antiga Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Mary Robinson.
Em resposta ao Sidney Morning Herald, Al-Jaber afirmou ter sido "mal interpretado". Para além da má interpretação, Al-Jaber afirmou também que tem "imenso respeito por Mary Robinson", após também ter sido acusado de ser arrogante perante a antiga presidente irlandesa quando afirmou que não havia provas científicas para uma transição suave dos combustíveis fósseis.
"Quero clarificar que estou do lado da ciência. Penso que houve alguma confusão e má interpretação. Deixem-me introduzir-me. O meu passado é como engenheiro. É a ciência e o meu respeito por ela, tal como a minha convicção e paixão, que me fizeram chegar onde estou e permitiram a progressão na minha carreira", afirmou Al-Jaber.
"A redução e saída dos combustíveis fósseis... é essencial. Tem de ser feita de forma ordeira, justa e responsável", acrescentou Al-Jaber, acabando também por acusar aqueles que tentam "minar" a sua mensagem, afirmando estar "muito surpreendido" por esta atitude.
Por outro lado, no domingo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que os compromissos assumidos na COP28 por cerca de 50 empresas de petróleo e gás "são claramente insuficientes". Apesar de reconhecer que se trata de um "passo na direção certa", António Guterres disse que a "Carta de Descarbonização do Petróleo e do Gás", assinada no Dubai, não aborda a questão fundamental do consumo de combustíveis fósseis.
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