A decisão também altera o plano anunciado pelo seu ministro da Economia e Proteção do Clima, o ecologista Robert Habeck, que em setembro passado avançou que duas dessas centrais permaneceriam em reserva, enquanto a terceira seria desligada como previsto no final deste ano.
A decisão foi comunicada pelo chefe de Governo numa carta aos Ministérios da Economia, Finanças e Ambiente, e segue o acordo tripartido entre sociais-democratas, Verdes e Liberais em torno de um prolongamento da atividade das centrais nucleares face à crise energética precipitada pela guerra na Ucrânia.
“Serão criadas as bases legais para permitir o funcionamento das centrais nucleares de Isar 2, Neckarwestheim 2 e Emsland”, diz uma carta do chanceler endereçada aos membros do seu governo.
A decisão representa uma nova alteração no calendário do ‘apagão’ nuclear alemão, promovido pela primeira vez pelo chanceler social-democrata Gerhard Schröder em 2000, com os Verdes como aliados, e recuperado em 2011 pela conservadora Angela Merkel, na sequência da catástrofe da central japonesa de Fukushima.
Com a atual crise energética, o Partido Social Democrata (SPD) de Scholz começou a considerar uma extensão da existência das últimas três centrais, dependendo da situação energética do país, enquanto os liberais pediram também para reativar algumas das já desligadas.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a Alemanha conseguiu uma redução acelerada da sua dependência energética de Moscovo.
Se em fevereiro 55% do total das importações de gás provinham desse país, agora a percentagem é de 9%, depois de ter sido substituída por transferências provenientes da Noruega, Holanda e Bélgica, principalmente.
As reservas de gás alemãs já estão acima de 95% da sua capacidade, um nível que se esperava que fosse alcançado no início de novembro para garantir o abastecimento necessário nos meses de inverno.
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