De acordo a edição de hoje do semanário Der Spiegel, os 150 soldados vão substituir a companhia austríaca, na sequência de um pedido emitido há algum tempo pelo Governo de Viena.
O reforço da presença alemã estava previsto já antes da recente escalada nos Balcãs e confirma o envolvimento da Bundeswehr nesta região da Europa, iniciada em 1999 no âmbito da Kfor.
Na sequência do aumento das tensões na região, o Reino Unido também anunciou o envio de mais soldados para o Kosovo, para além da Roménia, que confirmou o destacamento de uma companhia adicional.
De visita a Tirana, a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã manifestou as preocupações da União Europeia sobre os recentes confrontos no Kosovo entre um grupo de sérvios e a polícia local, que provocou quatro mortos e agravou uma situação que já era de forte tensão.
Annalena Baerbock participou num encontro com ministros dos Negócios Estrangeiros destinado a preparar a cimeira de 16 de outubro do Processo de Berlim, uma iniciativa da Alemanha e França para fomentar a aproximação dos seis países dos Balcãs ocidentais à União Europeia (UE) na perspetiva de uma futura adesão.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos seis países — Albânia, Bósnia-Herzegovina, Kosovo, Macedónia do Norte, Montenegro e Sérvia — reuniram-se com Baerbock e com o comissário europeu para a Vizinhança e o Alargamento, Oliver Varhelyi, para além de outros responsáveis do bloco comunitário.
“As tensões nos últimos dias entre a Sérvia e o Kosovo são prejudiciais para o processo de Berlim”, considerou a MNE alemã antes do início do encontro, após assinalar a necessidade de garantir “segurança e proteção”.
Em Sarajevo, as autoridades centrais da Bósnia-Herzegovina acusaram hoje a Sérvia de tentar omitir as suas responsabilidades no ataque de 24 de setembro protagonizado por paramilitares no norte do Kosovo, ao referir que as armas foram adquiridas em território bósnio.
“Quero referir que essas afirmações são falsas e não podem ser sustentadas por qualquer prova”, declarou no Facebook Nermin Niksic, primeiro-ministro da Federação bósnia, a entidade entre bosníacos (muçulmanos) e croatas, que juntamente com a Republika Srpska (RS) constitui o Estado da Bósnia-Herzegovina.
Niksic acusou os serviços secretos e as autoridades políticas da Sérvia de pretenderem “transferir para o país vizinho parte da responsabilidade pelo ataque terrorista”, que resultou na morte de um polícia albanês kosovar e de três assaltantes.
Desta forma, exigiu que a Sérvia investigue a identidade “de quem ordenou o ataque terrorista” e indicou que as armas e munições que a polícia kosovar detetou no local são produzidas na Sérvia.
O empresário e político sérvio kosovar Milan Radoicic, com vínculos a diversos setores do Governo sérvio, assumiu a responsabilidade do assalto efetuado e está a ser investigado na Sérvia por crimes graves contra a segurança, e ainda por adquirir na cidade bósnia de Tuzla as armas utilizadas no ataque.
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