A utente Normanda Sousa deslocou-se propositadamente de Capelas à cidade de Ponta Delgada, onde tinha agendada uma consulta de endocrinologia, mas que acabou por ser desmarcada devido à greve.
“Não sabia que havia greve. Não vi as notícias. Agora informaram-se que a consulta vai ser remarcada”, afirmou em declarações à agência Lusa, considerando que os utentes deviam ser previamente avisados, apesar de reconhecer que a greve "é um direito".
Também Graça Costa viu a consulta de endocrinologia, para a qual a filha estava marcada para hoje, ser cancelada devido à paralisação dos médicos.
Ainda assim, alguns utentes da maior unidade de saúde dos Açores foram atendidos, como foi o caso de Maria Soares, residente nas Capelas.
"Tive consulta de otorrinolaringologia. Mas, não sabia que havia greve", sustentou.
Maria Bizarro também viu a sua consulta "aos rins" ser realizada, mas afirmou que desconhecia que os médicos estavam hoje em greve.
Acompanhando o filho para uma consulta na área da cirurgia, Sandra Vieira, de Vila Franca do Campo, disse que estava a par da greve dos médicos, mas mesmo assim deslocou-se até ao Hospital de Ponta Delgada e "a consulta foi realizada".
Da mesma forma, Laudalina Mota veio acompanhar a filha a uma consulta no Centro de Saúde de Ponta Delgada.
"Tivemos a consulta na hora certa", sublinhou, enquanto Leonilde Bento, utente do Livramento, garantiu ter tido uma consulta de psicologia no Centro de Saúde de Ponta Delgada.
Da Fajã de Baixo, Vera Ávila veio ao Centro de Saúde para "uma consulta de rotina" com a filha, assegurando que foi atendida "à hora".
Fonte da secretaria regional da Saúde disse à Lusa que os dados apurados até às 11:35 locais (mais uma hora em Lisboa) apontam para uma adesão à greve de 33% no global da região, sendo 35% nos hospitais e 22% nos centros de saúde, apesar de ainda estarem por apurar os números de algumas unidades de saúde do arquipélago.
A greve dos médicos foi convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e Federação Nacional dos Médicos (FNAM) face à ausência de resposta do Governo às propostas dos sindicatos.
Entre as reivindicações está uma redução de horas extraordinárias anuais obrigatórias, as chamadas horas de qualidade (durante a noite), a redução do trabalho de urgência das 18 para as 12 horas semanais e a redução da lista de utentes por médico de família dos atuais 1.900 para os 1.500.
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