"Amílcar Falcão acaba de ser eleito reitor da Universidade de Coimbra para o mandato 2019-2023", informou hoje a instituição, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.
Vice-reitor da Universidade de Coimbra (UC) desde 2011 e diretor do Instituto de Investigação Interdisciplinar desde 2013, Amílcar Falcão, de 54 anos, é doutorado em Farmácia, professor catedrático desde 2007 e foi diretor da Faculdade de Farmácia entre 2010 e 2012.
Ao cargo de reitor, candidataram-se, para além de Amílcar Falcão, a astrónoma e professora catedrática da Universidade Católica da América, Duília de Mello, o investigador em inteligência artificial e professor catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), Ernesto Costa, e o diretor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), José Pedro Paiva.
Contactada pela agência Lusa, a assessoria da reitoria da Universidade de Coimbra referiu que o presidente do Conselho Geral, João Caraça, recusou disponibilizar os dados da votação publicamente, sendo apenas divulgados à comunidade académica após a publicação da ata deste órgão de governo daquela instituição pública.
Um membro do Conselho Geral referiu à Lusa que, na primeira votação, registaram-se 17 votos para o candidato Amílcar Falcão, 12 para Ernesto Costa, cinco para José Pedro Paiva e 0 votos para Duília de Mello (na votação estiveram presentes 34 dos 35 elementos do órgão).
Face à necessidade de maioria absoluta para a eleição do reitor, foi realizada uma segunda volta, apenas com os candidatos mais votados, em que Amílcar Falcão registou 19 votos e Ernesto Costa 15, afirmou a mesma fonte.
O Conselho Geral da Universidade de Coimbra, que elegeu o reitor, é constituído por 18 representantes dos professores e investigadores, cinco estudantes, dois trabalhadores não docentes e não investigadores e dez elementos externos à instituição.
Amílcar Falcão sucede a João Gabriel Silva, reitor que esteve dois mandatos à frente da mais antiga universidade do país.
Durante a campanha, o futuro reitor da Universidade de Coimbra mostrou-se a favor do fim das propinas, contra a passagem da instituição ao regime fundacional e defendeu uma revisão que permita uma maior representatividade do corpo técnico e dos estudantes nos órgãos de decisão da universidade.
Em declarações à agência Lusa, também tinha afirmado que o grande desafio seria aumentar a atratividade da Universidade de Coimbra de forma a combater a quebra demográfica, tendo proposto ainda uma maior ligação da instituição à cidade e à região e uma revisão curricular vasta para adaptar a UC às exigências atuais.
No plano de ação de 76 páginas, Amílcar Falcão defende uma intervenção mais ativa da figura do reitor da Universidade de Coimbra na política nacional e aponta para uma estratégia assente no ensino, na investigação e nos desafios societais, considerando a internacionalização um quarto pilar que interseta todos os outros.
Nesse documento, propõe a criação de um Observatório das Atividades Pedagógicas e de uma Iniciativa para a Inovação e Melhoria da Aprendizagem, a melhoria das condições dos estudantes de doutoramento, uma aposta em candidaturas interdisciplinares a projetos de investigação, a criação da figura do Provedor do Investigador, uma melhoria na comunicação e projeção da marca da instituição, a revisão das condições da aplicação da propina ao Estudante Internacional e a criação de um Observatório para as Políticas Públicas.
O novo reitor toma posse a 1 de março, dia da Universidade de Coimbra.
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